Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 87

Logo após assinar, Mirella já havia conseguido tudo o que queria, a vovó não lhe era mais de nenhum valor utilitário.

Eu adivinhei o que ela diria a seguir e, instintivamente, fiquei de pé, tensamente, tentando impedi-la na frente da vovó.

"Mirella, pare com isso! Saia, saia daqui!"

Embora eu pudesse ouvir minha própria voz ensurdecedora, elas não podiam me ver ou ouvir.

A condição física da vovó definitivamente não era nada animadora.

Ela, querendo saber sobre meu paradeiro, agarrou a mão de Mirella: "O que você quer dizer com isso? O que aconteceu com a minha netinha? Por que não posso vê-la?"

"É exatamente o que você ouviu, Marlene morreu há muito tempo."

A expressão da vovó endureceu. Ela ficou paralisada no local, murmurando: "O que você disse?"

Sua voz estava tão fraca que senti como se a vovó fosse desmaiar no segundo seguinte.

Estendi minha mão para cobrir os ouvidos da vovó: "Vovó, não escute o que ela diz, nem uma única palavra."

Eu sabia que a verdade que viria a seguir era algo que a vovó não seria capaz de suportar, esperando ansiosamente que alguém interrompesse tudo.

Marta, que normalmente ficava com a vovó, tinha ido para a cozinha fazer alguma coisa e não voltou por um tempo. Os outros empregados também não estavam por perto, e tudo isso tinha sido planejado por Mirella.

Mirella sorriu maliciosamente: "Velha tola, sua querida neta já está morta faz tempo! Aquele dedo dela foi cortado por mim mesma. E não foi só a mão que eu machuquei… fiz muito mais do que isso."

Aproveitando o momento de distração da vovó, Mirella pegou o livro de pele humana do santuário.

"Velha, você sabe do que isso é feito?"

"Mirella, cale a boca!" - Avancei sobre ela com toda a minha fúria, completamente tomada pelo desejo de destruí-la.

Sabia que meus ataques não passavam de tentativas inúteis neste corpo, sem qualquer impacto real sobre ela.

Mirella finalmente recuperou a compostura. Ela obviamente não tinha medo de fantasmas ou espíritos.

Caso contrário, ela não teria cometido tais atrocidades contra sua própria irmã.

"Isso aqui? É um livro encadernado com a pele da sua querida neta. Você o estuda todos os dias, nas suas próprias mãos. Nunca sentiu algo... familiar?"

O rosto da minha vovó congelou, em um misto de choque e descrença.

Era como se ela tivesse ouvido algo impossível, com sua voz trêmula questionando: "Do que você disse que isso é?"

Mirella deslizou os dedos sobre a capa do livro: "Veja só, que textura maravilhosa. Nenhuma outra pele de animal tem essa suavidade delicada. É como um ovo sem casca."

"Só é uma pena que Marlene tenha sido perfurada no abdômen antes de morrer. A pele dela acabou com alguns buracos grandes, e não ficou perfeita. Do contrário, poderia ter sido usada para algo com um toque ainda mais artístico."

Apesar das palavras horrendas que ecoavam pela sala, minha avó resistia a acreditar. Seus dedos se fecharam firmemente sobre a palma, e suas mãos, enrugadas como casca de árvore, expuseram o traçado das veias que pulsavam sob a pele.