Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 881

"Será que aquelas pessoas virão nos procurar?"

"Fique tranquila, esta região é composta por dezenas de ilhas de vários tamanhos. Mesmo que eles suspeitem que estamos em uma delas, sem uma localização exata, nunca saberão onde estamos. Apenas lamento que você tenha que ficar em tais condições por alguns dias. Assim que estivermos fora de perigo, partiremos."

As condições na ilha realmente eram precárias. A maioria dos habitantes eram nativos que viviam da pesca, e até as casas eram principalmente de madeira.

Nos acomodamos em um porão, onde o ar estava úmido e carregado.

Troquei de roupa por uma mais seca e confortável, e sequei meu cabelo.

Após uma noite tumultuada, finalmente tive um momento de paz, e só consegui dormir profundamente quando o dia estava quase amanhecendo.

Tive pesadelos durante toda a noite e acordei suando frio.

Olhei ao redor do porão simples, e os eventos da noite anterior começaram a ressurgir na minha mente.

Ao perceber que Henrique não estava por perto, comecei a chamá-lo enquanto subia as escadas.

"Dr. Neves..."

Só quando o vi aparecer, senti um alívio. "Onde você estava?"

Ele notou a tensão nos meus olhos e respondeu com um tom gentil, "Fui procurar algo para você comer e aproveitei para explorar um pouco a ilha. Não se preocupe, eu não vou te deixar."

Agarrei a manga de sua camisa, "Ainda bem. Se você me deixasse, o que eu faria?"

Ele instintivamente me abraçou, "Marlene, talvez você já tenha um espaço para mim no seu coração."

Escondi a complexidade nos meus olhos e concordei, "Se não fosse por você ao meu lado, eu nem saberia o que fazer ontem à noite. Ainda bem que você estava aqui."

Henrique, você é uma boa pessoa, mas sinto muito, eu não me apaixonarei por você.

Para mim, esta situação é uma oportunidade. Se eu conseguir sair desta ilha sem sinal, posso pedir ajuda externa.

Antes de sair, fiz questão de levar comigo o papel com o número de telefone de Nilton.

Repeti o número mentalmente várias vezes, com medo de esquecer.

Ele ficou satisfeito com meu comportamento e então saiu.

Preciso aguentar esses sete dias, ganhar sua confiança, evitar o rastreamento do velho louco e buscar uma oportunidade.

Não posso ser precipitada.

Voltei ao porão e arrumei o cobertor que ele trouxe, enquanto organizava as roupas que havíamos trazido na noite anterior.

Ao retirar as roupas, vi que os olhos do coelhinho preso à bolsa estavam brilhando!

Os olhos deviam ser de alguma pedra preciosa, muito bonitos.

Mas agora estavam brilhando sem motivo aparente. O que significava isso?

Havia algo estranho com aquele pequeno objeto. Procurei algum tipo de botão ou interruptor.

Quando girei a orelha do coelho, uma voz masculina, ao mesmo tempo estranha e familiar, soou em meus ouvidos: "Marlene, graças a Deus, finalmente consegui entrar em contato com você..."