Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 895

Eu fui puxada de volta para o meu corpo em um momento de pânico, e na verdade, este corpo não queria deixar este mundo dessa forma.

Por isso, ela manteve-se viva durante esses meses.

Minha alma já estava no corpo dela há um ano, e começamos a nos fundir.

Quando Odilon caiu, o instinto maternal do corpo e o da minha alma se manifestaram simultaneamente, e nos fundimos novamente.

Toquei meu rosto, finalmente voltei!

Depois de vagar como um espírito por meses, eu estava de volta para casa.

Retirei alguns dos tubos do meu corpo, ansiosa para encontrar Nilton.

Minha mente estava cheia do rosto dele e dos meus dois filhos, tão doces e suaves.

Eu estava tão emocionada que, ao sair da cama, minhas pernas fraquejaram e eu caí sobre o tapete.

Foi então que percebi que, após tanto tempo dormindo, era normal que minhas pernas estivessem fracas; eu precisaria me readaptar.

Embora Nilton me limpasse o corpo e o rosto todos os dias, eu não tomava um banho há meses.

Agora que eu não estava mais em forma de espírito, queria estar limpa e cheirosa para ver meus filhos.

Não esperava, porém, causar um grande alvoroço ao tomar banho.

Eu estava em um quarto de hospital de luxo, reservado para os parentes diretos da família Lopes, com uma decoração que não deixava a desejar em comparação à nossa casa.

Para evitar que eu desenvolvesse escaras, Nilton ocasionalmente providenciava banhos para mim.

Além disso, o isolamento acústico do banheiro era excelente, então a enfermeira não sabia que eu estava lá dentro, e eu não sabia que o lado de fora estava um caos.

Quando terminei o banho, massageando as pernas, o mundo de Nilton já havia desabado.

Eu apostaria que ele já tinha até decidido onde me enterrar.

Assim que abri a porta, vi Nilton ajoelhado no chão.

Somente a dor podia me lembrar que eu estava viva, que era uma pessoa.

“Nilton, eu voltei.”

Naquele dia em que dei à luz com dificuldade, eu estava coberta de sangue, fraca demais para dizer adeus.

Felizmente, o destino me deu esta chance.

Suas lágrimas quentes caíram no meu pescoço, e eu levantei a cabeça, vendo pela primeira vez Nilton tão fora de controle emocionalmente.

Fiquei triste e com o coração apertado.

“Nilton, desculpe por te preocupar mais uma vez.”

“Que bom que você voltou, que bom que você voltou.” Ele repetia estas palavras.

Limpei as lágrimas do seu rosto e comecei a explicar o que havia acontecido: “Nilton, eu vi Odilon cair da cama, e na hora fiquei tão nervosa que o corpo original me puxou de volta. Acho que, através dessa experiência, o corpo original finalmente me aceitou, e não haverá mais rejeição. Será que já superei minha crise de morte?”