Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 910

Dario havia falecido, e quando me virei para sair, avistei Simone e Elton Monteiro.

Elton Monteiro trajava roupas brancas de luto, optando por não aparecer abertamente, desejando acompanhar o senhor em sua última jornada discretamente.

Afinal, anos atrás, Dario havia acidentalmente salvado seu pai e a família Monteiro, e ele guardava isso no coração.

Eu ainda consegui perceber os dois se escondendo de maneira furtiva atrás de uma árvore.

A voz de Simone soou: “Viemos prestar nossas homenagens, não estamos aqui para roubar nada. Você encolhido desse jeito parece que veio roubar oferendas.”

Elton Monteiro afagou a cabeça dela. “Calma, esperamos a família Lopes ir embora e então saímos.”

Os dois pareciam estar se dando muito melhor.

De fato, embora Simone tenha se apaixonado mais tarde, acabaram se amando mutuamente.

A vida é breve, e se há amor entre eles, por que se prender ao passado?

Além disso, Elton Monteiro também foi vítima das tragédias do passado, não muito diferente de mim.

Aproximei-me dos dois e disse em voz baixa: “Tia, quanto tempo.”

Simone levou um susto, e ao me ver, ficou irritada. “Marlene, você está doente? Gosta de assustar os outros?”

Dei uma risada leve. “Assustar os outros não é divertido, mas você é divertida. Faz tempo que não tomo o leite de soja que a tia faz, estou com saudades. Será que a tia não apareceu porque não quer fazer pra mim?”

Ao mencionar o leite de soja, ela ficou ainda mais irritada. “Se não falarmos de leite de soja, continuamos amigas! Você já levou meu filho, isso não basta?”

A organização O Dragão foi praticamente desmantelada, e César, que esteve sob a proteção da família Monteiro, voltou à escola e frequentemente visitava Odilon e Dinora, trazendo brinquedos recém-feitos.

Ninguém sabia que esse jovem sem rosto, na verdade, tinha a cabeça vazia e era totalmente ingênuo.

Seu maior hobby era esculpir, fazer artesanato, cuidar dos meus filhos e tocar flauta para eles.

Os brinquedos artesanais em casa eram todos patrocinados por ele.

Ao pensar nas crianças, lembrei de Antonio.

“Tia Simone, vocês têm alguma notícia do Antonio?”

Já faz mais de um ano, e eu nunca desisti de procurar Cátia.

Ao abordar esse assunto, ambos ficaram em silêncio. “Também estamos procurando. Neste momento, eu até gostaria que tivéssemos colocado um chip nela, assim poderíamos localizá-las onde quer que estivessem.”