Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 925

Adelina olhou para o sangue em meu corpo e disse: "Parece que você superou seu infortúnio fatal, certo?"

"Sim." Respondi de maneira indiferente. Embora soubesse que suas ações eram por causa de Nilton, não consegui esquecer suas tentativas frequentes de me machucar.

Ela olhou para mim com uma expressão de arrependimento. "Que bom."

Depois, voltou seu olhar para Nilton, "Na verdade, você sempre soube, não é?"

"Sim, eu sei que você fez tudo isso por mim."

"Eu também sabia que minhas ações não passariam despercebidas por você, Nilton. Venha para a mamãe."

Nilton caminhou em sua direção, e sua expressão parecia estável. Eu pensei que talvez estivéssemos errados.

Nilton não tinha muitos familiares no mundo, como ela poderia querer deixá-lo?

Mas, assim que pensei isso, uma linha de sangue escuro escorreu pelo canto da boca da mulher.

Nilton acelerou o passo, quase como uma onça, correndo em sua direção.

Adelina não aguentava mais, caiu de joelhos na areia, e antes que caísse completamente, Nilton a abraçou.

"Vou levá-la ao hospital."

"Não, não precisa." Ela segurou firmemente a gola da roupa de Nilton. "Desculpe, ao longo dos anos, não assumi minhas responsabilidades como mãe."

"Na primeira metade da minha vida, fui cegada pelo ódio, ignorei seus sentimentos e não estive ao seu lado enquanto crescia."

Os olhos de Nilton estavam vermelhos, ele balançou a cabeça e disse: "Não, não foi assim, você fez o melhor que pôde, sei que me protegeu em segredo todos esses anos."

Seus dedos tremiam, e sua voz estava rouca: "Por que me deixar? Há tantas maneiras de se redimir, por que escolher essa? Papai já se foi, você também vai me deixar?"

Aquele homem maduro, naquele momento, parecia uma criança solitária, despertando compaixão.

Adelina acariciou seu rosto: "Porque nunca consegui superar isso. Mesmo hoje, não consigo deixá-lo para trás. Mas sei que ele não me ama, não vou mais insistir. Nilton, ainda lembro de você quando era pequeno, com pouco mais de um ano, chamando-me baixinho. Você poderia me chamar de mãe mais uma vez?"

As lágrimas que Nilton segurava por tanto tempo escorreram, e ele engasgou: "Mamãe..."

"Bom menino, muito bom... Mamãe finalmente pode descansar em paz."

Depois de dizer isso, ela lentamente fechou os olhos.

Nilton não gritou. Ele apenas murmurou suavemente: "Você é a melhor mãe do mundo."