Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 93

Não era de se estranhar que Nelson estivesse tão tenso.

A mulher de costas tinha uma silhueta e uma cor de pele que lembravam a minha.

Ele provavelmente não podia aceitar, sua própria esposa sendo tratada daquela maneira por outro homem.

A mulher na cama não se mexeu nem respondeu.

Foi então que o gerente, despreocupadamente, acendeu um cigarro: "Vocês vieram resgatar essa mulher?"

"Bang!"

Ninguém esperava que Nelson, sempre tão erudito, agisse de forma tão abrupta e violenta, chutando o gerente contra a parede sem aviso prévio.

Antes que o gerente pudesse reagir, Nelson agarrou a gola de sua camisa florida e lhe deu um soco no rosto.

Os olhos de Nelson estavam vermelhos de fúria, como se ele fosse um demônio que tivesse saído do inferno.

"Quem lhe deu permissão para tocá-la? Você não é digno de tocá-la!"

De repente, alguém disparou e um tiro ecoou pela sala.

"Aah!" - A mulher na cama começou a gritar, assustada.

Meu pai entrou com alguns homens ao ouvir o barulho.

Foi só então que eles viram a mulher na cama.

Embora tivesse algumas semelhanças comigo, não era eu.

Nelson, sem se importar com o fato de ela estar sem roupas, segurou seu queixo, examinando-a cuidadosamente.

Ele soltou um suspiro de alívio: "Ainda bem que não é."

O gerente cuspiu sangue da boca e estava pronto para continuar a briga, mas foi acalmado pelo intermediário trazido por meu pai.

Ele, com as mãos na cintura e xingando, disse: "Porra, ela nem é sua esposa, por que você me bateu?"

Nelson estava desesperado: "Onde estão as outras?"

"Estão todas aqui. Que outra pessoa você está procurando?"

Ele deixou a frase no ar, com um tom sugestivo: "Temos vários complexos aqui. Já que vocês têm dinheiro e conexões, por que não vieram antes? Quando uma mulher cai nas nossas mãos, temo que..."

Nelson cerrou os punhos, talvez ele também estivesse se arrependendo.

Desde o início do meu desaparecimento, ninguém se importou de verdade. Agora, quando finalmente decidiram me procurar, já era tarde demais.

Não apenas neste complexo, mas mesmo se voltassem, talvez nem meu corpo encontrassem.

"Está bem, não vou me importar com o soco por causa desse relógio. Fiquem esperando, logo teremos notícias."

Eles tinham suas próprias redes de contato, que não se limitavam apenas aos parques, mas incluíam várias áreas e até mesmo a população local.

Encontrar alguém era quase impossível em outro lugar, mas aqui, eles poderiam achar rapidamente.

Nelson andava de um lado para o outro no quarto, e de vez em quando, ouvia-se um grito agudo.

Olhando pela janela de vidro, o dia estava quase amanhecendo.

Lá fora, alguém arrastava um corpo, deixando para trás um rastro de sangue no chão.