Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 96

Meu pai se despediu da família de Glória e foi com Nelson ao hospital.

Nos corredores do hospital, vi profissionais da saúde correndo, pacientes em estado crítico trazidos por ambulâncias, e também familiares chorando desesperadamente.

Este era o setor de pacientes graves, onde a probabilidade de falecimento era alta.

Meu pai chegou cansado e disse: "Mãe, eu voltei."

Minha avó estava deitada na cama, com oxigênio no nariz, e seu rosto já cansado agora parecia ainda mais pálido e fraco.

"Estava tudo bemnos últimos dias, como de repente ficou assim?"

Mirella correu até nós chorando: "Pai, foi minha culpa, quando vocês foram para o aeroporto, fiquei preocupada que não houvesse ninguém para cuidar da vovó, então fui vê-la. Ela estava mentalmente instável, começou a me xingar assim que me viu, dizendo que eu tinha expulsado minha irmã, e até jogou coisas em mim. Eu desviei e ela acabou caindo no chão."

"Eu não deveria ter me desviado, se eu não tivesse feito isso, ela não estaria assim. Pai, me bata."

Fiquei curiosa se ela havia feito algum curso de atuação antes, como ela conseguia chorar assim tão facilmente?

Era óbvio que ela veio para se preocupar com a avó, mas a família começou a consolá-la novamente.

Esta sempre foi a tática de Mirella, e sempre funcionava.

Minha avó ainda estava de olhos fechados na cama, enquanto todos confortavam a responsável pela situação.

Se minha avó tivesse consciência, certamente morreria de raiva por causa de Mirella.

Talvez esse fosse o plano de Mirella, sem precisar de esforço, apenas fazendo a avó se enfurecer para atingir seu objetivo.

"Tudo bem, a saúde da vovó já não estava boa, não podemos colocar a culpa toda em você. Pare de chorar, cuide bem dela, ela vai melhorar."

"Sim."

Mirella então segurou a mão de Nelson: "Nelson, você encontrou minha irmã?"

Ela ainda tinha lágrimas no rosto, mas com um sorriso inocente, que não faria qualquer um suspeitar que ela fosse a verdadeira culpada.

Minha mãe, em comparação, parecia realmente preocupada: "E se algo realmente tiver acontecido com Marlene..."

"Impossível, ela deve estar pela cidade. Vamos continuar procurando, vamos encontrar alguma pista. Todos vocês, mantenham isso em segredo, não deixem escapar nem uma palavra."

"Tudo bem."

Olhei desapontadamente para o homem que chamei de pai por mais de vinte anos, percebendo que esse era o meu lugar em seu coração.

De repente, Nelson gritou: "A vovó acordou."

Todos olharam para a vovó, e eu também corri para perto dela.

E os olhos turvos da minha avó também se voltaram para mim.

Será minha imaginação? Ela me viu!