Eu não sou fraco, Alfa romance Capítulo 449

Dagmar

De repente, Marcus toca minha mão, tirando-me dos meus pensamentos. -O que foi, Marcus?- Pergunto enquanto me viro para encará-lo. Ele aponta na frente dele, e vejo as vistas familiares das montanhas. Montanhas que me dizem que estou perto do território da minha matilha.

Meus olhos começam a lacrimejar e tenho que contê-los. Este não é o momento de desmoronar. Talvez, se eu sobreviver, eu possa desabar depois. Finalmente ceder ao luto pela minha família, mas não agora.

Agora preciso manter minha mente na vingança. Como tenho adiado tudo em minha vida com o único propósito de vingança.

As pessoas ao meu redor seguiram em frente, continuaram com suas vidas, enquanto a minha vida foi posta em espera. Todos sabem que eu não estou realmente vivendo, apenas passando para conseguir minha vingança.

Aqueles que não me conhecem, não me entendem. Eles sempre assumem que eu não me importo com ninguém além de mim mesma. Estou ciente disso, mas não me importo com o que os outros pensam de mim.

Meu Esquadrão, Meu Tio e Maddox conhecem o verdadeiro eu, aquele que está sofrendo, aquele que luta. Eles sabem que eu me importo e que os aprecio. Que eu daria minha vida por eles.

Assim como sei que eles se importam comigo e dariam suas vidas por mim. Mas uma parte de mim está com medo, com medo de nunca mais poder ser aquela garota despreocupada que eu era. Uma garota que não tinha consciência dos horrores que existiam no mundo.

Que pensava que nada poderia tirar a vida que ela estava vivendo? O amor, a bondade e a paz que ela sentia durariam para sempre. Mas essa garota está tão escondida dentro de mim, que às vezes me pergunto se ela conseguirá sair novamente. Talvez eu recupere uma parte dela no dia em que encontrar meu companheiro.

-Vire à direita na estrada de terra.- Eu dirijo Marcus. -Não vai demorar mais.- Marcus lidera nossa caravana de SUVs na estrada de terra que eu havia indicado. Carlos e Daniel estão lentamente acordando no banco de trás.

Depois de uma curta viagem pela estrada, aponto para a esquerda. Quando Marcus faz a curva, percebo que algo não está certo. Há um grande portão à nossa frente. Não estava lá quando eu saí.

Confusão está estampada em meu rosto e eu ligo mentalmente para o meu tio. -Tio James, quem colocou aquele portão?- Antes que meu tio possa responder, Carlos pula do carro e caminha até o portão. Em um minuto, ele consegue destrancá-lo e continuamos nosso caminho.

-Dagmar, não faço ideia de quem colocou aquele portão. Mas quem quer que seja, será relatado ao Conselho.- É a resposta dele. Mais adiante na estrada, vejo mais coisas que não deveriam estar lá. Prédios, cercas e o que parece ser um campo de treinamento.

Isso não era o que eu esperava, e me deixa furiosa de raiva. Este é o território da minha matilha, e ninguém tem o direito de estar aqui ou construir aqui. Marcus, Carlos e Daniel sentem que estou prestes a explodir de raiva.

Daniel se inclina para a frente e coloca a mão no meu ombro. -Vamos descobrir quem fez isso.- Ele sussurra para mim. Isso é o suficiente para me ajudar a me acalmar para não sair por aí matando alguém.

Maddox

Vejo as montanhas bem na minha frente e então elas se transformam no rosto sorridente de Gina. A tristeza me domina e eu luto contra as lágrimas que querem sair.

Enquanto Rico segue atrás de Marcus, James coloca a mão no meu ombro. -Você está bem?- ele pergunta através da ligação mental. Eu assinto e começo a olhar pela janela.

-Que porra...- James olha à frente chocado e quando sigo seu olhar, entendo o surto. Aquele portão não deveria estar ali e se estou vendo corretamente, há alguns prédios que também não deveriam estar ali.

Conforme nos aproximamos, vejo que Carlos pulou do carro e destrancou o portão.

Nós três ficamos tensos, sabendo que isso foi feito sem permissão do Conselho. O Conselho tem doze membros; Lobisomens e Licantropos. Eles estabeleceram leis e regras pelas quais vivemos há séculos.

Eles garantem que as Matilhas sigam essas leis e regras, porque sem elas a humanidade ficaria ciente de nossa existência. E isso poderia causar muitos problemas novos para o nosso tipo.

Neste momento, eu queria estar sentado no carro com Dagmar para poder acalmá-la. Eu sei que ela estará furiosa agora. Quero segurar a mão dela para que ela saiba que não está sozinha.

Dagmar

Conheço este território de cor e guio Marcus até onde costumava ser a casa da nossa Matilha. Quando ele para, eu pulo do carro e começo a olhar ao redor. Não há nada que indique que costumava haver uma casa neste local.

Não há nada que mostre que já vivemos aqui. Nada que pudesse dizer que este era uma vez o lar da Matilha da Lua Azul. Minha cabeça começa a girar e meus olhos ficam lacrimejantes.