Eu, Você + Os Bebês. Despertou.

sprite

"Eu tenho que acordar, eu tenho que acordar". Foram os pensamentos em que Alyssa passou a focar por meses.

Agora que sabia de sua gravidez, queria lutar para que assim pudesse dar vida a seu pequeno.

Não podia tocar sua barriga, saber o quão grande estava, as visitas de familiares passaram a ser novamente escassas e Alyssa perguntava-se dia atrás dia se realmente era tão forte quanto Chris a achava.

Ela tinha que pelo bem de seus filhos ser, não só aquela nova vida dependia dela, mas Charlotte, Bernardo, Christopher, sua mãe e seus irmãos. Todos querendo-a de volta com eles, e a apoiando todos os dias.

"Tenho que ser forte!", gritou uma última vez consigo mesma.

De repente era isso, Alyssa estranhou a vista clarear, a sua frente figuras embassadas e nada fazia sentido.

— Aí! — Gritou Alyssa sentindo-se estranha.

Dormindo ao seu lado, Christopher acordou com os gritos repentinos no quarto.

Quando percebeu não ser um sonho, pegou nas mãos o rosto de Alyssa e a beijou profundamente.

— Escuta amor, respira.

— Não! — Alyssa assustou-se. — Aí! — Levou a mão ao ventre, ainda mais arrasada por ser tão grande.

Quem era aquele cara? Por que a beijou? Estava doente? Por que sua barriga estava tão grande?

— Aí!!! — Gritou ainda mais, dessa vez apertando na mão do estranho para suportar a dor.

Christopher tão perdido quanto ela e por mais que quisesse sair correndo para pedir ajuda, as mãos de sua esposa o segurando não queria que jamais o soltasse.

— Alyssa, atenção em mim. — Ele se pôs diante dela.

Ela não tinha ideia de quem ele era, em sua mente tudo parecia confuso e perdido, mas confiou em que havia de respirar.

— O quê… tá … acontecendo?! — Ela o questionou entre uma inspiração e outra.

— Você entrou em trabalho de parto.

Sua esposa acabava de sair de um coma e estava prestes a dar à luz, ele mal sabia se agradecia por isso ou se era uma coisa ruim.

Com um curso incompleto de primeiros socorros, Christopher poderia reconhecer as indicações e ajudá-la a dar a luz, mas com certeza precisaria de um médico.

— Parto! — Ela gritou.

— Sim. São nossas gêmeas e estão a caminho. — Ele confirmou, tentando achar uma forma de verificar se a bolsa já havia estourado.

— Não, eu não posso, tenho dezesseis anos, como vou dar a luz a gêmeos? Eu não estava grávida a um dia atrás, o quê aconteceu?  — Ela questionava tudo, em lágrimas.

O CEO entendeu a situação, e pediu a qualquer força no universo que não fosse verdade. Sua esposa havia perdido a memória e agora se deparava com a mentalidade de uma adolescente presa em um corpo que daria a luz a duas crianças.

— Me escute Lyss, você precisa soltar meu braço, eu preciso chamar os médicos. E você tem que respirar pausadamente enquanto eu não voltar. — Chris tentava ser forte pelos dois.

o soltou, e ele desapareceu fora do quarto. Sentiu-se sozinha e se perguntou como havia ido parar em tal situação.

— Aí!! — Gritou com outra contração a tomando.

que o estranho lhe tinha dito, " respirar profundamente". Tentou e tentou, minuto a outro com a contração a tomando.

Um flashback cruzou sua mente e recordou-se de já ter passado por aquela situação.

— Certo, quando vir, eu tenho que empurrar. — Disse a si mesma.

Um minuto mais tarde, com a chegada da nova contratação, ela empurrou. Seu grito foi ouvido em todo hospital.

A verdade era que faltavam duas semanas para os gêmeas nascerem, mas algo alterou o curso e as crianças já haviam estourado a bolsa.

Em uma maca, completamente despreparada, os instintos guiados de alguns flashbacks, fizeram com quê Alyssa fosse forte como um dia, do qual ela não se recordava, a pediram.

com todas as forças que tinha e sentiu-se aliviada quando um dos bebês passou. Ela o limpou com sua manta, não tinha ideia do quê fazer e o estranho não voltava.

— É menina? — Se perguntou.

Em todo caso embrulhou sua pequena bebê e estranhou que a criança não chorasse. Pelo que podia se lembrar, os recém-nascidos choravam.

— Chora… por favor… — Ela pedia, na intenção de saber se a pequena estava mesmo viva.

Christopher cruzou a porta do quarto, se colocando ao seu lado.

não chora! Por que ela

os médicos estão vindo. — Ele beijou sua testa a acalmando e pegando a pequena filha recém nascida nos braços. — Ela é grande e

sentiu o peito doer menos, mas então

não, por favor… — Ela implorava, se contorcendo com

olhou na porta do quarto e os doutores surgiram ali, todos invadindo o quarto e uma enfermeira tomou a filha de seus

os exames e te devolveremos, é uma linda menina. — A enfermeira

Sim, forte como a mãe. — Ele disse, olhando para Alyssa com mais admiração do

havia passado cinco meses em coma, traria ao mundo crianças perfeitas e ainda lhes dava à luz de parto normal. 

fosse ele no lugar de Alyssa não teria sido tão forte e tão obstinado, agora só esperava que ela recuperasse a si

viver simplesmente forçando uma adolescente de dezesseis anos a tomar conta de quatro

em quatro, Alyssa terminava de dar a luz a outra menina, tão saudável e bonita quanto a

a filha nos braços antes da enfermeira a levar.