Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 104

Rafael também não esperava encontrá-la, seus olhos pousaram por um momento em seus ombros desnudos e, em seguida, se desviou enquanto ele delicadamente virava o corpo.

"Por que ainda não foi dormir?” perguntou Rafael, sem olhá-la.

"Eu já tinha dormido um pouco, e acabei de acordar", respondeu Amélia baixinho, tentando manter o controle, e suas mãos, que cobriam seu peito, se moveram incomodamente sob o pretexto de ajeitar o cabelo.

Mesmo tendo sido marido e mulher por dois anos, e de terem compartilhado momentos de muita intimidade, eles ainda se sentiam estranhos um para com o outro. E, por terem ficado dois anos sem se verem, essa situação ainda deixava Amélia super desconfortável.

Felizmente, Rafael, embora nervoso, mantinha a educação inata.

Ele não olhou mais para ela e depois de um breve "hm" de resposta, caminhou para a sala de estar.

Amélia também não se atreveu ficar mais tempo ali, abriu a porta do quarto e ligeiramente entrou.

Ao fechar a porta do quarto, ela suspirou sentindo um alívio, seu coração ainda batendo forte, e suas mãos, instintivamente, ajustaram as alças do vestido sobre os ombros.

Verdadeiramente, ela nunca tinha aparecido na frente de Rafael com uma camisola tão leve.

O relacionamento entre ela e Rafael era estranhamente atípico: embora fossem apaixonados e fervorosos na cama, uma vez que a paixão desaparecia, eles voltavam a ser as pessoas controladas e respeitosas de sempre, mantendo uma postura adequada e digna um na frente do outro.

Ela só vestia esse tipo de camisola quando estava sozinha, não porque a achasse sexy ou algo assim, mas simplesmente porque era confortável e prática.

Embora tivesse ido preparada para permanecer no hospital ao lado do pai, ela também tinha planejado ficar em um hotel por um tempo, onde tais roupas de dormir seriam práticas para lavar. Ela não esperava que, sonolenta, tivesse que ir de camisola para o banheiro.

Amélia olhava para si mesma no espelho, pensando no instante em que se deparou com Rafael, e se sentiu ainda mais incomodada, ajustando a roupa sem pensar.

A roupa na verdade ficava muito bem nela.

O cetim cor de vinho realçava o brilho e a brancura de sua pele.

O comprimento da camisola ia apenas até a metade da coxa, e o contorno da cintura se ajustava completamente ao dela.

Amélia tinha uma cintura fina e quadris arredondados, com uma boa proporção cintura-quadril, e essa camisola ficava muito sensual pois delineava nitidamente as curvas de seu corpo, especialmente porque tinha um design com decote em V que destacava as linhas do busto claramente.

O desconforto de Amélia aumentou ainda mais, ao ver o decote acentuado e lembrar do instante em que se deparou repentinamente com Rafael.

Ela puxou a camisola para cima e então levou sua atenção para os cabelos ainda úmidos, pegando uma toalha e enxugando-os rapidamente, olhou também ao redor do quarto e notou que não havia secador de cabelo e nem ventilador.

Amélia tinha cabelos longos, volumosos e grossos, secá-los iria demandar muito tempo, e seria impossível esperar que secassem naturalmente.

Após esperar um pouco, ela pegou uma jaqueta leve, vestiu-a e a amarrou, antes de cautelosamente abrir a porta do quarto. Ela percebeu que a luz na sala de estar estava acesa e Rafael pegava água no bebedouro.

Rafael se virou para olhá-la.

Amélia, um pouco constrangida, perguntou: "Você tem um secador de cabelo aqui?"

Rafael apontou para o banheiro da suíte principal: "Tem um no banheiro da suíte."

Amélia ficou na dúvida olhando em direção ao quarto de Rafael, que era um pouco íntimo demais, e sabia que, segundo o costume de Rafael, o secador possivelmente estaria fixo lá.

Secar o cabelo no banheiro de Rafael em plena madrugada...

Amélia sentiu uma grande pressão psicológica.

Rafael percebeu a dúvida em seu rosto e levantou uma sobrancelha: "Não tem coragem de entrar?"

Ele já estava terminando de beber a água, segurando o copo com uma mão e bebendo em pequenos goles.

O vapor subia levemente embaçando seu rosto, tornando sua expressão difícil de discernir.

Amélia balançou a cabeça suavemente: "Não é isso. Só não quero atrapalhar o seu descanso, vou demorar um pouco para conseguir secar o cabelo.”

Ela ergueu a mão e ficou passando pelos cabelos ainda úmidos: "Não se preocupe, está ventando bastante lá fora, vou deixar a janela aberta e vai secar rápido. Vou retornar para o meu quarto, você também precisa descansar."

ela se virou para ir embora, mas repentinamente sentiu seu ombro ser segurado.

Amélia olhou para trás, confusa, para Rafael.

Rafael já havia colocado o copo de água de lado e a observava: "Até que horas você pretende ficar secando o cabelo?”

Ao terminar de falar, a mão que pressionava seu ombro fez um pouco mais de força, e Amélia foi conduzida para o quarto dele.

O banheiro da suíte ficava do lado esquerdo da entrada.

Ao entrarem, Rafael a empurrou para dentro do banheiro, posicionando-a em frente ao espelho, conservando uma mão sobre seu ombro para que ela não se movimentasse, enquanto com a outra já pegava o secador de cabelo. Com a ponta do polegar, ele ligou o aparelho, e o ar quente começou a soprar do bocal, atingindo o couro cabeludo sensível de Amélia.

Ela se encolheu naturalmente.

A pressão da mão de Rafael em seu ombro relaxou, agora tocando seu couro cabeludo, onde o calor do toque de pele com pele fazia o corpo de Amélia involuntariamente ficar tenso.

Rafael percebeu e olhou para ela, estendendo os dedos que estavam em seu couro cabeludo e começando a mexer nas raízes do cabelo.

Amélia, sem controle, se virou como que por instinto para pegar o secador de cabelo: "Deixe que eu faço."

Rafael afastou a mão dela e disse: "Deixe comigo, você vai demorar muito."

Amélia não ousou recusar.

Rafael tinha muita habilidade em secar cabelos.

Quando eles ainda eram casados, se ela lavasse o cabelo tarde da noite e ele estivesse por perto, ele costumava pegar o secador e fazer o trabalho, sem falar muito, bem como agora. Ao vê-la tirar a toalha para secar o cabelo, ele ia se aproximando e pegava o secador das mãos dela, com um simples "deixe comigo” e assumia a tarefa de secar o cabelo dela.

Sem muita conversa, quando o cabelo estava seco, ele desligava o secador, passava a mão pelo cabelo dela e com um "pronto" terminava toda a interação.

Agora era a mesma coisa.

Ao terminar de secar as pontas do cabelo, Rafael testou com habilidade o nível de umidade com a palma da mão no cabelo de Amélia e, tendo certeza de que estava totalmente seco, desligou o secador.

"Pronto," disse Rafael, colocando o secador de volta no suporte.

"Obrigada."

Amélia agradeceu baixinho, passando as mãos pelos cabelos para arrumá-los atrás dos ombros. O casaco leve que ela estava vestindo se abriu um pouco com o movimento, revelando a regata vinho e sua pele branca no peito. A maciez do seu peito também ondulava suavemente com o movimento dos braços, e era possível enxergar o contorno sob o tecido fino.

Rafael desviou o olhar discretamente.

Amélia não percebeu e continuou a desembaraçar os nós do cabelo com os dedos.

Rafael a observou por um instante e, depois de uma leve tosse, cruzou as mãos sobre a gola do casaco dela, e fechou o decote que estava aberto.

Amélia, percebendo tarde demais o que havia acontecido, sentiu seu rosto ficar vermelho instantaneamente, com o rubor se espalhando rapidamente das bochechas até as orelhas, enquanto evitava olhar para Rafael.

Ele observava o vermelho em seu rosto e o olhar acanhado e sem saber onde se fixar, parando lentamente de arrumar as roupas, com os olhos ainda fixos nela.

Notando que Rafael tinha parado, Amélia inconscientemente levantou o olhar, colidindo com os olhos escuros dele.

Suas pupilas eram negras e seus olhos penetrantes, como um abismo na escuridão da noite, escuro e sem fundo, mas capazes de tragar uma pessoa inteira.

Amélia conhecia muito bem aquele olhar, seu coração começava a acelerar com a cor intensa que se formava nas profundezas de seus olhos escuros, sem controle algum.

"Eu... vou voltar..." ela disse com muita dificuldade, se virando para sair.

Repentinamente, Rafael segurou seu braço e com a outra mão deslizou habilmente por seu cabelo, segurando sua nuca. Abaixou a cabeça e a beijou fortemente.

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