Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 1181

Rafael virou-se de repente.

Seu rosto, iluminado pela luz difusa da noite, estava sério e gélido.

Rapidamente, ele arrancou o relatório das mãos de Bruno e começou a lê-lo.

“O técnico disse que o nível de chumbo já está gravemente elevado. Se uma pessoa comum beber água dessa torneira por muito tempo, é fácil desenvolver intoxicação por chumbo no sangue. Isso pode causar dores de cabeça, tontura, insônia, perda de memória, fadiga e dores musculares e nas articulações. Em casos moderados, pode haver dores abdominais e anemia leve, e até mesmo afetar o sistema reprodutivo, causando irregularidades menstruais e abortos espontâneos em mulheres...”

Bruno não teve coragem de continuar.

Quando Rafael lhe entregou a torneira, ele não sabia de onde ela vinha. Mas, após a análise e observação, mesmo ele, com sua percepção lenta, reconheceu que a torneira havia sido retirada da casa de Rafael e Amélia.

O material e o design dessa torneira não eram comuns no mercado. O designer tinha equilibrado a estética com a funcionalidade na reforma, e Bruno realmente não tinha visto outra torneira desse tipo em nenhum lugar que não fosse a casa de Rafael. Logo, ao pensar um pouco, ele lembrou.

Mas justamente por isso, ele ficou alarmado com a gravidade da situação.

Desde que Amélia se casou com Rafael, sua saúde não foi das melhores. Além de sofrer com fortes enjoos matinais, ela tinha dores de cabeça, tontura, fadiga e desconforto abdominal frequentes, além de anemia. Contudo, na época, como os exames pré-natais mostravam apenas anemia leve, atribuíram os sintomas à anemia e à reação ao estresse da gravidez devido à constituição frágil de Amélia.

Mesmo quando ela teve o aborto espontâneo, todos pensaram que foi por causa de uma queda acidental.

Mas se fosse tão simples, Rafael não teria chamado Bruno urgentemente anos depois, pedindo para ele investigar rapidamente o material da torneira.

Se realmente foi a torneira que causou o aborto de Amélia, Bruno não queria nem imaginar o tamanho do ódio necessário para prejudicar uma mulher grávida dessa forma, ou se o alvo era Rafael.

Os olhos de Bruno, cheios de medo, voltaram-se para Rafael.

O relatório que Rafael segurava já estava todo amassado pelos seus longos dedos.

A expressão no rosto de Rafael era assustadoramente sombria, e seus olhos negros brilhavam com uma frieza cortante.

A voz de Bruno saiu quase como um sussurro: “O técnico estava se perguntando quem usaria um material desses para fazer uma torneira, isso é querer prejudicar alguém de propósito...”

Ele hesitou um pouco, mas decidiu perguntar: “Sr. Gomes, essa é a torneira da sua casa com a Srta. Mendes, certo? Quem teria o coração tão duro para instalar uma torneira dessas na sua casa? Estariam mirando em você ou na Srta. Mendes? Mas a Srta. Mendes não tem inimigos... A equipe de reforma foi comprada por concorrentes para te atingir?”

“Não, foi para atingir Amélia.”

Bruno, dominado pelo pânico, virou-se rapidamente para Rafael.

O rosto antes severo de Rafael também perdeu toda a cor, restando apenas uma expressão de desolação.

Ele permaneceu imóvel, olhando para Amélia de forma quase apática.

Bruno, agora verdadeiramente em pânico, virou-se para Amélia com um sorriso forçado, tentando quebrar o silêncio: “Srta. Mendes, você acordou?”

Mas Amélia não teve qualquer reação, permanecendo atônita e perdida, olhando para Rafael, imóvel.

Bruno teve que falar novamente: "O senhor... o senhor como está aqui... que... que coincidência... ah... ahaha..."

Ao final de sua risada nervosa, ele se sentiu como um tolo.

Porém, os dois no centro da tempestade não lhe deram atenção, permanecendo parados no mesmo lugar, seus olhares se cruzando silenciosamente no ar, passando por ele.