Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 1220

Rafael estava com uma expressão fria e seu rosto não demonstrava emoções, quase inexpressivo.

A recepcionista pegou o RG enquanto lançava um olhar discreto para Amélia, tentando entender a situação.

Ela ainda se lembrava de Amélia e Rafael, que não muito tempo atrás tinham se hospedado no hotel. Rafael não apenas era bonito e tinha uma presença marcante, mas também era o proprietário do hotel, o que tornava difícil esquecê-lo.

Mas ela recordava que, na última visita, Amélia e Rafael pareciam estar muito apaixonados.

Agora...

Quando seu olhar hesitante voltou-se para Amélia, esta já havia falado suavemente: "Obrigada."

A voz dela continuava suave como antes, sem qualquer sinal de desavença ou desapontamento.

A recepcionista, incerta sobre o que se passava entre os dois, não se atreveu a perguntar e respondeu de forma profissional: "Certo."

Ela rapidamente registrou um quarto de casal para Amélia, mas, considerando a demonstração de afeto da última vez, prudentemente colocou o quarto no mesmo andar da suíte de Rafael.

Ao devolver o cartão do quarto e o RG, Rafael imediatamente pegou o cartão e o documento de Amélia, virou-se e caminhou em direção ao elevador com a mala, sem qualquer intenção de devolver os itens a Amélia.

Amélia originalmente estendeu a mão para pegá-los, mas ao perceber a expressão fria e séria de Rafael, ela hesitou e lentamente recolheu a mão, constrangida.

Talvez fosse o medo que viera com a vulnerabilidade após o acidente; desde que recuperara a consciência, cada vez que enfrentava a frieza de Rafael, sentia-se intimidada, com o coração acelerado e nervosa ao ponto de não conseguir falar com ele.

Quando se casou com Rafael, ela também se sentia assim, mas era por gostar demais dele e temer que qualquer erro pudesse desagradá-lo.

Contudo, desde que decidira pelo divórcio, começou a mudar. Nos dois ou três anos após o divórcio, quando não esperava mais nada dele, ela aos poucos abandonou essa atitude cautelosa. Desde que deu à luz a Laura e voltou para Cidade Oeste, essa sensação desaparecera. Agora não entendia por que essa insegurança retornara.

Diferente do que sentia antes, agora era puro medo.

A intensidade do ressentimento e a pressão que Rafael emanava nesses últimos dois dias eram inéditas.

Amélia não podia evitar temê-lo, o medo era incontrolável.

Suspirando baixinho de forma impotente, Amélia seguiu silenciosa Rafael até o elevador.

Ana entrou com Laura nos braços.

Rafael colocou a adormecida Laura na cama, e Amélia a cobriu.

Embora não tivessem trocado uma palavra, havia uma compreensão mútua quando se tratava de cuidar de Laura como pais.

Mas assim que saíram do quarto, essa compreensão se transformou em silêncio.

Rafael não mencionou devolver o RG ou a chave, e Amélia não ousou perguntar, sentando-se de forma constrangida no sofá.

Ana sentia-se desconfortável ao observar o silêncio entre os dois, mas, ao ver a expressão de Rafael, não ousava falar. Então, ela decidiu aproveitar a oportunidade para arrumar suas malas no quarto de Laura, escapando assim da tensão entre eles.

No entanto, Amélia sentia-se mais à vontade com Ana presente. Com a saída de Ana, o amplo salão ficou apenas com ela e Rafael, que mantinha uma expressão inexpressiva. A pressão psicológica sobre Amélia aumentou drasticamente, e ela ficou completamente inquieta.

Rafael simplesmente a ignorou, ligando para alguém e pedindo que lhe trouxessem algumas mudas de roupa. Ele havia decidido vir para Cidade do Sul de última hora e, além do documento de identidade, não trouxera mais nada consigo.

Após a ligação, ele acomodou-se na outra ponta do sofá e começou a verificar os e-mails em seu celular, sem sequer lançar um olhar para Amélia. O documento de identidade e o cartão do quarto permaneciam firmemente guardados no bolso de seu terno.

Amélia olhou para ele várias vezes, percebendo que ele não tinha a intenção de iniciar uma conversa. Incapaz de conter-se, ela finalmente falou: "Com licença... poderia me entregar o cartão do quarto e o documento de identidade?"