Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 485

"Essa piada não tem graça alguma." Gustavo finalmente encontrou sua voz, seu rosto já estava fechado, visivelmente descontente.

Em contraste com sua expressão amarga, Rafael apenas arrotou descuidadamente após beber, e então, lentamente, olhou para ele: "Pai, você sabe que eu nunca brinco."

Sua voz também carregava uma espécie de desalento, uma calma sem vida.

Mas justamente essa atitude fazia com que Gustavo não se atrevesse a ficar irritado, embora estivesse profundamente assustado.

Com quase trinta anos de relação pai e filho, ele sabia muito bem que Rafael nunca brincava.

O que ele pensava em fazer, ele fazia.

A última coisa que faltava a Rafael era determinação.

Ele nem sequer deixava espaço para diálogo como antes, nem era tão agressivo.

"Se tudo que você quer é me forçar a aceitar Amélia, eu sugiro que desista dessa ideia imediatamente." Gustavo falou sério, ainda resistindo.

Rafael apenas sorriu levemente: "Por que eu te forçaria a fazer algo, se você mesmo já afastou a pessoa?"

Gustavo: "…"

Rafael ergueu a cabeça, observando o vasto escritório, e suspirou profundamente: "Nesta vida, eu já tive tudo que poderia querer, já vivi tudo que tinha para viver, não me resta nenhum arrependimento."

Ouvindo isso, Gustavo sentiu um alarme soar em sua mente: "O que você está planejando?"

Rafael não respondeu, seus olhos escuros lentamente se voltaram para a janela aberta, olhando como se estivesse perdido em pensamentos.

O vento forte do alto entrava pela janela aberta, fazendo os papéis na sala voarem.

Vendo isso, Gustavo ficou ainda mais alarmado, seus olhos involuntariamente fixos em Rafael.

Rafael parecia atraído pela janela, levantou-se apoiando-se na mesa, cambaleando em direção a ela.

Sua grande e solitária silhueta parecia pronta para saltar a qualquer momento.

Gustavo, sem pensar, estendeu a mão para segurá-lo: "O que você está fazendo?"

Rafael virou-se lentamente para olhá-lo, um sorriso desanimado ainda visível em seus lábios e olhos.

Ele não falou, nem resistiu, apenas olhou para o céu lá fora, um olhar que parecia carregar um desejo profundo.

Gustavo não aguentou, foi até a janela e a fechou.

Rafael o olhou com sarcasmo: "Do que você tem medo? Você nunca se importou se eu viveria ou morreria, não é?"

Gustavo permaneceu sério, sem responder.

Ele não se importava porque sabia que, mesmo se o mundo inteiro acabasse, Rafael não morreria.

Ele parecia desprovido de emoções básicas, até mesmo a vida e a morte pareciam não importar para ele.

Mas agora, ele viu que Rafael poderia de fato deixar este mundo a qualquer momento.

Isso o assustou.

Mas isso não significava que ele cederia.

Rafael também não o pressionou, nem sequer mencionou Amélia, apenas virou-se e com um "clique" abriu novamente a janela, fazendo Gustavo rapidamente se posicionar na frente dela.

Rafael o olhou de relance, sem discutir ou empurrá-lo, apenas olhando para fora, seu rosto expressando uma quietude mortal.

Gustavo, com o coração na mão, não se moveu, observando Rafael atentamente.

"Pai." Depois de um longo tempo, Rafael finalmente falou, chamando-o, "Você diria, afinal, para que vivemos?"

Ele não olhou para ele, seu rosto ainda expressava uma melancolia profunda, estranhamente fundindo-se com o clima frio lá fora.

Era uma pergunta muito profunda, Gustavo não tinha uma resposta.

Em sua interpretação, quando alguém começa a explorar o significado da vida, é porque já não encontram mais razão para viver.

Rafael não esperava uma resposta dele.

Ele apenas suspirou profundamente e, de repente, empurrou Gustavo para o lado.

Gustavo, quase por reflexo, gritou para fora: "Bruno!"

Gustavo não pôde evitar olhar para Rafael.

Apesar de seu rosto permanecer impassível, parecia não estar mentindo.

Mas ele ainda estava preocupado.

Rafael virou-se, um leve sorriso nos lábios: “Se eu realmente quisesse fazer algo, você acha que conseguiria me impedir?”

Gustavo ficou sério, mas conteve-se.

Rafael falava a verdade.

A voz de Rafael tornou-se mais suave: “Pai, vá descansar, não se preocupe comigo. Eu só quero ficar sozinho por um momento.”

Sua voz suavizou, e Gustavo achou difícil argumentar.

“Então... cuide-se.” Gustavo finalmente concordou, virando-se para sair com Bruno, mas, ainda preocupado, olhou para trás em direção à janela. Depois de hesitar, disse: “Essa janela está muito aberta, o andar é alto e o vento forte, não é seguro. Melhor instalar uma rede de proteção.”

Bruno: “...”

Ele levantou os olhos para Rafael, que não respondeu e virou-se de costas para a porta, sentando-se à mesa, imóvel, olhando para fora através da janela do chão ao teto.

Sua figura imponente carregava uma melancolia e solidão sutis.

Gustavo também viu isso e suspirou internamente, mas não ousou fazer mais barulho.

“Nós vamos sair, fique à vontade. Se estiver se sentindo mal, saia para tomar um ar, não fique o tempo todo dentro de casa.”

Disse Gustavo, sem esperar resposta de Rafael.

Sem querer incomodar mais, suspirou e fechou a porta com delicadeza. Preocupado, virou-se para Bruno, perguntando: “O Sr. Gomes já foi a um psicólogo?”

Bruno, sem entender o propósito da pergunta, olhou para ele, confuso.

Gustavo, preocupado com outras pessoas no escritório, falou mais baixo: “Ele tem depressão?”

Se sim, ele realmente temia que Rafael pudesse, num impulso, pular.