Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 568

Fabiana observava a crescente frieza no olhar de Rafael, sentindo um arrepio de medo crescer dentro de si, lutando para manter sua expressão de confusão e inocência.

Ela se aproveitava dessa confusão para observar Rafael, mas não conseguia decifrar seus pensamentos a partir de sua expressão.

Ele nem sequer mostrou qual seria seu próximo passo; após um olhar frio em direção a Armando, voltou a fixar seus olhos nela.

Fabiana, sem alternativa, teve que falar: “Sr. Gomes?”

Rafael não respondeu, apenas a avaliou de cima a baixo com superioridade.

De repente, Fabiana pensou no lobo alfa, o líder silencioso e solitário atrás de sua matilha na noite de lua cheia, distante e frio, mas brutalmente implacável. Ele não atacava a menos que fosse para matar, sem dar à presa qualquer chance de sobrevivência.

E ela se sentia como a presa marcada por ele.

Ela sentia um terror profundo, como se fosse a presa.

"Fabiana," Rafael finalmente disse, "o quanto você deve a ela, eu vou cobrar de volta. É melhor você se cuidar."

Dito isso, Rafael virou-se sem expressão e saiu com passos largos.

Fabiana sentiu suas pernas enfraquecerem, quase caindo.

Leonardo também estava visivelmente abalado, mas não pôde deixar de estender a mão para ajudá-la: "O que houve?"

Ele não estava entendendo o recado de Rafael, parecia que ele tinha vindo por causa dele, mas parecia mais que era por causa de Fabiana.

Rafael claramente não o considerava importante.

Ele entendia esse desprezo; possuindo provas suficientes, não se preocuparia com o adversário, apenas desfrutaria do medo que a iminência da morte causava nele.

Agora, Rafael parecia um caçador com a arma apontada para sua presa, mas sem pressa de puxar o gatilho, dando à presa tempo para tentar fugir sob a mira de sua arma, desfrutando do processo da caçada.

Mas ele não entendia por que Rafael estava mirando em Fabiana.

Para ele, Fabiana, apesar de ser sua filha, era a mais inocente em toda essa história.

Fabiana apenas sorriu fracamente para ele, mantendo sua expressão inocente de boa filha.

"Pai, eu estou bem, não se preocupe," disse ela com uma voz suave e reconfortante.

Esse lado de Fabiana deixava Leonardo ainda mais culpado e preocupado, convencido de que ela estava sendo visada por Rafael por causa dele. Movido pelo desejo de proteger sua filha, apesar do medo, Leonardo não pôde deixar de gritar para a figura de Rafael:

"Rafael, se você tem algo contra mim, venha direto a mim, não envolva minha família. Você não entende essa regra básica?"

Rafael parou brevemente antes de se virar, olhando calmamente nos olhos de Leonardo:

"É melhor o Senhor Rocha prestar mais atenção se ao seu lado há uma ovelha ou um lobo. Não seja enganado tão cedo, ainda temos contas a acertar!"

Dito isso, Rafael saiu sem olhar para trás.

Ao chegar ao estacionamento, Bruno já o esperava.

"Sr. Gomes."

Bruno o chamou suavemente; ele estava do lado de fora o tempo todo, ajudando secretamente com os preparativos e observando tudo.

Rafael olhou para ele: "Laura foi levada para casa?"

Ele tinha deixado Laura temporariamente aos cuidados de Bruno antes de ir ao escritório de arquitetura no décimo sétimo andar, não querendo levar Laura ao local onde Amélia trabalhava.

"…" Bruno franziu a testa, confuso, olhando involuntariamente para Rafael, "Há alguma nova descoberta?"

"É muito provável que tenha sido Armando quem a empurrou, mas Armando não conhece Fabiana, o que indica que não foi Fabiana quem contatou diretamente Armando. Claramente, alguém está agindo em seu nome." Rafael disse, "Alguém disposto a ir tão longe por ela, pode não ser alguém que o dinheiro possa facilmente resolver. Verifique ambos os caminhos."

"Certo." Bruno concordou.

Rafael não disse mais nada, encostando-se no assento e fechando os olhos, cansado.

Mas assim que fechou os olhos, a imagem de Amélia sendo empurrada para o rio, seu rosto assustado e desamparado, invadiu sua mente, junto com o frio do seu corpo solitário afundando no fundo do mar.

Rafael abriu os olhos, coberto de suor frio e com uma dor familiar no peito.

Bruno, concentrado na direção, notou Rafael de repente abrindo os olhos.

Ele não pôde deixar de olhar preocupado para ele: "Sr. Gomes?"

Rafael não respondeu, apenas pressionou a mão contra o peito, olhando para fora da janela com uma expressão de dor e confusão.

O carro já estava na avenida à beira-mar, com um vasto e interminável mar à vista.

Rafael olhou para o grande oceano, e a confusão e dor em seus olhos lentamente transformaram-se em um frio profundo, uma determinação de vingança misturada com uma dor indescritível.

Bruno entendeu a mudança na expressão de Rafael, compartilhando sua dor e ódio, permaneceu em silêncio, dirigindo até chegarem ao cruzeiro Dionísio, ancorado no porto.

"Sr. Gomes, o Cruzeiro Rios chegou."

Bruno virou-se para Rafael, lembrando-o.

Rafael virou-se para olhar o cruzeiro pela janela do carro, uma embarcação internacional luxuosa, equipada com restaurantes, cinemas, hospitais, academias, centros comerciais e tudo mais que se possa precisar para a vida a bordo.