Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 575

A porta do carro se fechou e o veículo disparou como uma flecha.

Héctor não sabia para onde Rafael e Bruno estavam levando-o, nem o que iriam fazer.

Ele não ousava perguntar, com as mãos nervosamente entrelaçadas sobre os joelhos e sentado bem próximo à porta do carro, não se atrevia a se aproximar muito de Rafael, muito menos a fazer perguntas.

Rafael também permaneceu em silêncio, sentado ereto e com uma expressão calma, mas severa no rosto, irradiando uma aura que impunha pressão.

Héctor não ousava fazer qualquer movimento diante de tal Rafael, sentindo uma pressão psicológica a ponto de explodir, mas sem encontrar alívio algum.

Rafael e Bruno não lhe deram espaço algum para relaxar.

Bruno acelerava cada vez mais, sem diminuir a velocidade em momento algum.

Eles permaneceram em silêncio durante todo o trajeto.

A atmosfera tensa dentro do espaço confinado e escuro do carro exacerbava a crescente pressão psicológica de Héctor, criando um ambiente de interrogatório implacável.

Embora Héctor tentasse se convencer de que Rafael não sabia de nada, pois, caso contrário, ele teria simplesmente chamado a polícia ao invés de procurá-lo pessoalmente, essa linha de pensamento se desmoronava ao lembrar da atitude de Rafael no Hotel Brilhante com Leonardo e Fabiana. Rafael nunca agia sem certeza, sua busca por Héctor não era para ouvir desculpas.

Essa montanha-russa de pensamentos desabou quando Bruno estacionou o carro em frente a uma velha mansão que parecia abandonada. Héctor desabou no carro, sem forças para sair.

Rafael e Bruno saíram do carro.

Rafael caminhou diretamente para a mansão, sua figura alta e imponente sombria sob a luz da noite.

Bruno olhou para ele através da janela do carro: "Senhor Xavier, devo ajudá-lo a sair?"

Sua expressão, antes amigável, agora era fria.

Héctor sentiu medo diante desse Bruno.

Ele saiu do carro, trêmulo.

"Senhor... Sr. Bruno, o que vocês querem de mim?", gaguejou, sua voz falhando.

"Você saberá assim que entrarmos."

Bruno, depois de falar, virou-se e caminhou em direção à mansão, lançando a Héctor um olhar de aviso.

Héctor teve que arrastar suas pernas trêmulas para seguir Bruno.

A mansão estava silenciosa e vazia, sem luzes acesas.

Héctor recuperou-se, seus olhos um pouco vermelhos.

"Ela... ela se foi." Sua voz embargada.

"Você está mentindo!" Rafael levantou-se abruptamente, a cadeira atrás dele batendo com um estrondo; seus olhos escuros e intensos como um animal ferido, claramente pronto para atacar a qualquer sinal de confirmação.

Mas Héctor teve que dizer, essa questão pesava em seu coração, torturando-o com insônias constantes.

"Ela morreu! Ela está morta, eu vi com meus próprios olhos!" Héctor gritou fora de controle, com todo o seu medo transformando-se em um desabafo emocional, "Isso de que eu tinha notícias dela, tudo mentira, mentira! Isso tudo foi para enganar Fabiana, foi Fabiana quem matou Amélia, foi ela quem matou Amélia. Desde o início, quando ela ouviu furtivamente que Leonardo estava planejando sabotar o Grupo Amanhecer, ela já tinha tudo planejado. Ela me ameaçou de denunciar para me forçar a contar todo o plano, eu pensei que ela só queria ajudar o pai dela, mas não imaginava que o objetivo dela era trocar as pessoas e matar Amélia. Mas eu não tenho provas, não consigo encontrar provas, Fabiana não deixou nenhuma prova, por isso que eu tentei enganá-la."

Héctor continuou gritando, fora de controle: "No dia em que a Diretora Mendes não me deixou ir à Cidade do Mar, eu suspeitei que ela poderia estar desconfiada de mim. Eu nem estava mais planejando ir, por causa da mudança no horário da obra e da substituição da equipe de construção, não faria sentido ir, estávamos prestes a desistir do plano, mas por algum motivo seu pai se envolveu, ele nos ajudou, insistiu para que começássemos a obra naquela noite e ainda usássemos nossa equipe, foi então que tivemos outra chance."

"Então, eu fui escondido, planejamos por tanto tempo, estávamos prestes a desistir e então apareceu uma oportunidade, senti que era o destino nos dando uma chance, eu não podia falhar justamente no momento crucial. Naquela noite, eu estava lá no canteiro de obras, escondido sob o viaduto, observando tudo para garantir que o plano desse certo. Tínhamos tudo planejado, bloquear o sinal de celular, cortar a eletricidade, simular um acidente, manipular a opinião pública... Mas nunca imaginei que quem caísse não seria o Álex, e sim Amélia. Eu vi quando a parte de trás da cabeça dela bateu contra o pilar da ponte, o sangue manchou uma grande área da água, ela morreu na hora. Eu queria salvar ela, mas hesitei por um momento, com medo de ser descoberto, com tantas pessoas acima, certamente alguém desceria para salvá-la, não precisava agir como herói, mas não esperava que ninguém tivesse coragem de pular, naquele momento de hesitação, quando pulei na água, já não conseguia mais encontrá-la."

Héctor, gritando, começou a chorar: "Ela foi levada pela correnteza, com aquela correnteza forte, a cabeça dela ferida, inconsciente, ela foi levada sem deixar rastro, ela realmente não tinha como se salvar. E ainda por cima, uma noite tão profunda, um clima tão frio, uma chuva tão forte, realmente não tinha quem pudesse salvá-la. A culpa é minha, por que eu hesitei naquela hora? Se eu não tivesse hesitado, talvez pudesse tê-la salvado, eu quase consegui trazê-la de volta..."

"Seu idiota!"

Rafael, fora de controle, acertou um soco forte no canto da boca dele.