Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 582

Rafael não disse nada, nem sequer se mexeu, apenas sentou-se no carro, imóvel, observando-a.

Fabiana também não ousou se mover mais, permanecendo rígida em seu lugar.

Após ser colocada em situações de risco por Rafael por três vezes consecutivas, o medo que ela sentia por ele havia se infiltrado até os ossos.

A aparição de Rafael servia apenas para lembrá-la de que o jogo estava longe de acabar.

O sistema judiciário é rigoroso e pautado na evidência.

O direito penal também segue o princípio de que, na dúvida, deve-se abster de condenar.

Assim, na falta de provas suficientes, sua liberdade pessoal não estava em jogo.

Mas ele não faz parte das autoridades, não precisava dessas formalidades.

Como ele havia dito na noite anterior, se ela apostasse que a polícia não tinha provas, ele estaria disposto a pagar na mesma moeda.

Ela nem deveria pensar em fugir.

Observando Fabiana, pálida e paralisada, o olhar de Rafael lhe dizia claramente para não tentar escapar.

Ele nem precisou dizer uma palavra; apenas com um olhar, ele fez com que seu já abatido estado de espírito se enchesse de terror.

Rafael também percebeu o medo em seus olhos, mas não perdeu mais tempo com ela. Com um olhar frio, partiu com seu carro.

Fabiana, enfraquecida, mal conseguia caminhar.

Não se sabe quanto tempo passou, até que o celular que carregava consigo começou a tocar.

O toque familiar do celular a trouxe um pouco de volta à realidade.

Ela vasculhou apressadamente, atendendo a ligação.

Era sua mãe, Luana Goulart, quem ligava.

Assim que atendeu, a voz chorosa de Luana veio do outro lado da linha: “Fabiana, ouvi dizer que você e seu pai estão em apuros, seu pai foi preso, o que aconteceu? Ele não estava em viagem de negócios para cuidar dos assuntos da filial? Como foi preso de repente, o que ele fez?”

“Ele…” Fabiana queria dizer que Leonardo estava sob suspeita de tentativa de homicídio, mas, talvez por estar demasiadamente assustada e desolada, ao ouvir a voz de sua mãe, apenas começou a soluçar, incapaz de falar.

Luana, com o coração partido, continuou a consolá-la, até dizer que mandaria seu irmão para Cidade Oeste para ajudá-la a lidar com tudo. Foi quando Fabiana rapidamente disse: “Não, não deixe o irmão vir.”

Luana se assustou com a resposta de Fabiana: “Por quê? Estou preocupada com você, sozinha e sem conhecer ninguém lá para lidar com isso. Se seu irmão for, pelo menos terá alguém para ajudá-la. Além disso, a filial acabou de ser estabelecida lá e ainda não formamos uma equipe de gestão eficaz. Com seu pai e Fábio envolvidos nesse problema, é provável que a filial enfrentará desordem, então alguém precisa ir lá tomar as rédeas.”

“Não é necessário, eu consigo.”

Fabiana a confortou em voz baixa, dizendo: “Posso cuidar da filial. Será uma boa oportunidade para mudar de ares, já que estou um pouco cansada da minha posição atual na empresa.”

Luana, ainda preocupada, perguntou: “Você tem certeza?”

Não que ela duvidasse da capacidade de Fabiana, mas porque Fabiana nunca havia demonstrado habilidades nessa área antes.

“Tenho, mãe, pode confiar em mim,” disse Fabiana, com voz baixa. “Com tudo o que aconteceu ao pai, acho que é hora de eu crescer.”

Esse comentário deixou Luana confortada: “Tudo bem, então. Vou falar com seu irmão para você tentar.”

Durante a reunião, antes mesmo de Fabiana terminar as apresentações, o assistente da filial, Octávio, entrou com uma expressão séria, informando-a de que a filial havia sido adquirida integralmente e que o novo grupo controlador enviaria outra pessoa para assumir a gestão.

Fabiana, inicialmente surpresa, e então com uma expressão fria, perguntou: “Quem te disse que a empresa foi adquirida? Quem assinou isso?”

“O presidente assinou,” disse Octávio em voz baixa.

“Impossível,” Fabiana negou sem hesitar, sabendo que Leonardo estava atualmente detido e que ele não teria como assinar qualquer documento.

“De fato, o Sr. Rocha pessoalmente assinou,” uma voz familiar soou da porta da sala de reuniões.

Instintivamente, Fabiana olhou para a entrada, onde Bruno apareceu segurando um contrato, com um sorriso cortês no rosto: “Srta. Rocha, seu pai acabou de assinar pessoalmente este contrato de fusão com seus advogados na prisão. A partir de agora, o Grupo Amanhecer é o controlador integral do Grupo Brilhante, assumindo todas as operações domésticas e a equipe de gestão será reorganizada.”

Fabiana ficou sem palavras.

Bruno já se virava para os outros membros do escritório, anunciando a nova equipe de liderança e as novas regras, indiferente ao rosto alternadamente pálido e vermelho de Fabiana, deixando a filial do Grupo Brilhante após concluir a leitura.

Rafael ainda estava ocupado no escritório.

Assim que retornou à empresa, Bruno imediatamente relatou o resultado para Rafael.

Rafael murmurou um “hum” leve, esses pequenos assuntos não mereciam muito de sua atenção.

“Tem mais uma coisa,” disse Bruno, após terminar o relatório de trabalho, trazendo à tona a investigação sobre possíveis admiradores de Fabiana que Rafael havia solicitado, “Eu procurei bastante, mas não encontrei nenhum pretendente óbvio ao redor de Fabiana. No entanto, parece que o irmão dela tem um carinho excepcional por ela.”

Rafael pausou por um momento, olhando para ele.

Bruno continuou, “Os pais de Leonardo não tinham capacidade de ter filhos, e o irmão de Fabiana também foi adotado pela família Rocha.”