Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 632

Amélia mal havia terminado de falar, e a mão que a apertava com dor imediatamente se soltou.

Rafael virou-se para olhá-la.

“Desculpe, eu...”

Ele parecia querer se desculpar, mas as palavras pararam em sua boca, deixando apenas uma expressão densa de culpa e auto-repreensão.

Isso deixou Amélia ainda mais perdida.

“Não... não tem problema.” As palavras de conforto saíram de forma natural, “Também não doeu tanto assim.”

Rafael olhou para ela com um olhar complexo.

Ela era ela, mas ao mesmo tempo não era completamente ela.

Desde o divórcio, raramente ela mostrava esse lado tão vibrante e vivo.

Sempre que enfrentava ele, ela era calma e racional.

Mas essa versão dela, jovial e vibrante, era a mesma de sua infância, e também quando se reencontraram aos dezessete anos.

A única que havia desaparecido era ela, a versão que, após ser marcada pelas feridas da vida, tornou-se fria e distante.

Rafael não sabia bem o que sentir, todo o seu ser estava como em uma montanha-russa, flutuando entre o céu e o inferno.

Se antes era apenas Helena que havia perdido, agora parecia ter perdido Amélia de vez também.

Ela havia voltado, mas apenas em corpo.

Todas as lembranças relacionadas a ela própria, a ele e a Laura haviam desaparecido.

Seu olhar, obviamente, fez com que ela se sentisse ainda mais desamparada, buscando apoio em Dionísio.

Esse visível sinal de dependência deu uma pontada no coração de Rafael.

Dionísio também notou a dor no olhar de Rafael no momento em que seus olhos se cruzaram.

Ele olhou para Rafael: “Sr. Gomes, lamento muito, mas minha irmã está se recuperando de uma doença grave e ainda está bastante frágil. Não podemos sobrecarregá-la, vamos voltar para descansar. Fique à vontade.”

Dizendo isso, ele gentilmente segurou o braço de Amélia, preparando-se para levá-la embora.

Quase no mesmo instante, Rafael estendeu a mão e segurou o pulso de Amélia.

O aperto foi leve, sem causar dor.

Dionísio não se irritou, apenas olhou calmamente para Amélia: “Você quer ir com ele?”

Ela tentou perguntar a ele, com sua voz tremendo se estava mentindo, mas era como se algo bloqueasse sua garganta, só conseguindo emitir um tremor incontrolável.

Ela tinha uma filha, uma filha de apenas 2 anos, como podia não se lembrar dela?

Como ela poderia esquecê-la?

Como poderia?

Amélia instintivamente segurou a cabeça, tentando se lembrar, mas não conseguia pensar em nada, sua mente estava um vazio, o pânico dominava, sufocando-a, tornando difícil respirar.

Sua cabeça doía como se fosse explodir, e o pânico esmagava seu peito, fazendo-a respirar com dificuldade.

“Amélia?”

Rafael, assustado, a segurou, preocupado.

Dionísio também percebeu que algo estava errado e olhou para ela preocupado.

Amélia mal podia perceber o que estava ao seu redor, apenas tentando se apoiar no braço de Rafael para se levantar, mas antes que conseguisse, seu corpo, já fragilizado, não aguentou e ela desmaiou.

“Amélia!” Rafael a segurou em seus braços, alarmado.