Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 674

Rafael era alto e estava de costas para a luz, de repente parou diante dela, trazendo consigo uma sensação opressiva.

Amélia, instintivamente, quis levantar-se, mas Rafael gentilmente pressionou seu ombro, impedindo-a, e sentou-se ao lado dela no assento vazio.

Quando guardou o celular, já estava virando a cabeça para olhá-la.

"Em que estava pensando, para ficar tão distraída?"

Ele repetiu a pergunta feita anteriormente.

"Não era nada demais."

O fato de ele sentar-se tão perto aumentou sua pressão, fazendo-a inconscientemente mover-se para o lado. Ao perceber que tal movimento poderia parecer intencional demais, parou e, tentando parecer tranquila, sorriu constrangidamente e disse: "Só estava passando pelo refeitório hoje, e de repente, algumas imagens aleatórias surgiram em minha mente."

Rafael, com um olhar ligeiramente concentrado, perguntou: "Que imagens?"

Amélia: "Uma cena de uma garota se declarando para você."

Rafael: "…"

"Mas foi tão rápido que mal pude ver o rosto da garota."

Amélia tentou se lembrar melhor da cena, "Só me lembro vagamente dela olhando para você de baixo, com coragem e fervor, com confiança, e... de uma maneira que dá inveja."

Rafael olhou para ela: "Talvez isso seja algo que você sempre quis fazer, mas nunca teve coragem, por isso apareceu essa cena imaginária."

"..."

Amélia sentiu seu rosto esquentar, "Como eu poderia querer fazer algo assim?"

"Por que não?"

Rafael disse, "Você sempre gostou de mim."

Amélia: "…"

"De qualquer forma, agora não lembro de nada, então o que você disser está dito, não tenho como contestar com fatos."

Depois de um tempo, Amélia finalmente conseguiu dizer algo.

Rafael, com um leve sorriso em seus olhos escuros, disse: "Em outros aspectos, pode haver equívocos, mas sobre você gostar de mim, não há falsidade. Se não acredita, pode perguntar à Cecília."

Amélia não caiu na conversa dele, mudando rapidamente de assunto: "Por exemplo?"

"Hm?"

Rafael pareceu surpreso por ela mudar de assunto, e perguntou levemente.

"Outros aspectos onde você acha que me enganou."

Amélia o lembrou, "Quais seriam?"

"Como, por exemplo, você pensar que eu sou distante, admito que sou, mas não é bem assim."

Rafael pegou o assunto naturalmente.

Amélia franzindo a testa: "Por exemplo?"

"Como quando você reclamou de mim no hospital por termos que discutir o plano de design para o museu de ciências da escola."

Rafael relembrou naturalmente aquela vez que ela o criticou por ser frio, "Quando o Diretor Mário me passou o seu projeto, reconheci imediatamente o seu estilo e, ansioso, adicionei seu WhatsApp para enviar um vídeo, mas quem atendeu não foi você. Você pode imaginar minha decepção."

"É difícil manter a paixão pelo trabalho quando se enfrenta uma grande decepção."

Rafael a olhou, "Eu estava cheio de expectativas ao ligar para você, pensando que era você, mas a mensagem que recebi foi de que não era. Nessa situação, como poderia fingir que nada aconteceu e discutir o trabalho?"

"Então..."

Amélia pensou um pouco, "Você poderia ter explicado a situação."

Rafael: "Quem teria cabeça para bater papo?"

Ele sabia que ela precisava de mais tempo para se adaptar e se acostumar com ele, embora ele também já tivesse se convencido a aceitar a Amélia com amnésia, mas sempre perdia o controle sobre si mesmo quando ela mostrava pequenos hábitos que lembravam o passado, ou quando falavam sobre algo do passado, ele não podia evitar de pensar em como seria bom se ela se lembrasse de tudo.

Ele queria saber o que a verdadeira Amélia pensava.

Assim como naquele dia, quando ela viu alguém se declarando para ele, será que ela não sentiu um pouquinho de tristeza?

Se ela soubesse como ele passou esses meses sem ela, será que ela sentiria um pouco de compaixão?

O olhar de Rafael fez o coração de Amélia pesar ainda mais, suas mãos sobre as coxas se entrelaçavam sem direção.

A realidade de ter perdido a memória a fazia sentir-se como uma alma errante, incapaz de empatizar com todas as emoções e relações por trás da identidade de "Amélia".

Rafael observou suas mãos se entrelaçando inconscientemente, sentiu uma dor no coração, um pouco arrependido de ter trazido o assunto à tona.

Ele estendeu a mão e segurou a dela firmemente.

"Amélia, nos meses em que você esteve ausente, eu realmente pensei que você nunca mais voltaria.

Foi a primeira vez que senti o que é estar vivendo uma vida pior que a morte."

Ele apertou mais a mão dela, seus olhos escuros fixos nos dela ainda um pouco confusos, "Mesmo sabendo que você não se lembra do passado, ainda assim não posso evitar de esperar que você sinta compaixão por mim, que sinta vontade de me possuir."

"Eu..."

Amélia não sabia como responder, sua mão que estava sendo segurada por ele tentou se soltar, mas parou.

"Essas emoções são muito intensas, eu realmente ainda não sei como lidar com elas..."

"Não tem problema."

Rafael a interrompeu suavemente, apertando sua mão, "Isso não importa, podemos ir com calma, como se estivéssemos começando de novo.

Só que nossa vida sempre terá pessoas assim ou assado aparecendo, algumas boas, algumas ruins, nem todas as memórias que elas trazem são verdadeiras, e eu não posso estar sempre na defensiva. Só espero que, se você encontrar alguém ou algo que te deixe infeliz, você não carregue isso sozinha, nem fique pensando demais sozinha. Discuta mais comigo, busque confirmação, tá bom?"

Os olhos de Amélia lentamente encontraram os dele, sob seu olhar, ela acenou levemente com a cabeça: "Tá bom."