Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 714

Amélia ficou um pouco aturdida, esforçando-se para assimilar o que ele havia dito: "Amélia é você, Helena também é você".

Na verdade, tanto fazia ser Amélia ou Helena, ela não sentia pertencer a lugar algum.

Mas ele podia sentir a felicidade de Rafael pelo fato de ela ser tanto Amélia quanto Helena. Ela tentou se mostrar grata por essa coincidência também, mas mal havia esboçado um sorriso, Rafael apertou sua mão mais forte e, em seguida, lhe deu um sorriso leve.

Um sorriso que a dispensava de ter que corresponder com afetação.

O que ele queria era a reação genuína dela, sendo ao mesmo tempo Amélia e Helena.

Mas ela não tinha isso.

"Desculpe." Amélia disse, um pouco triste, "Eu..."

"Não tem problema." Rafael sorriu levemente, apertando a mão dela, "Depois do jantar, vou te levar a um lugar."

Amélia olhou em seus olhos, acenando levemente com a cabeça: "Tudo bem."

O lugar aonde Rafael levou Amélia era a antiga casa da família Gomes, que já estava abandonada, bem como a antiga residência da família Soares, que ficava ao lado.

Desde que o carro entrou no bairro residencial, Rafael começou a olhar para Amélia, ora de forma discreta, ora diretamente.

Amélia não percebeu, seus olhos estavam ligeiramente arregalados, olhando fixamente para as árvores de sibipiruna que ladeavam a rua, cruzando-se no alto.

Quando o carro parou em frente ao portão de ferro preto, coberto de trepadeiras, Amélia ainda estava fixada na vista pela janela.

Ela olhava fixamente para a villa, cujas paredes já estavam cobertas de musgo e pareciam um pouco deterioradas, com ervas daninhas crescendo por toda parte e evidenciando que havia tempos que ninguém morava ali.

Toda a villa, seja pela arquitetura da fachada, o estilo do portão ou a vegetação espessa e irregular, carregava as marcas do tempo, transbordando uma sensação de época.

Uma sensação estranhamente familiar e nostálgica a invadiu, mas junto a essa familiaridade, havia também um sentimento agridoce, como de um espectador que assiste à alegria alheia de fora.

Sob um contexto semelhante, a imagem de uma jovem olhando fixamente para uma cena de família alegre e unida se iluminava e desaparecia em sua mente, como flashes de uma câmera, causando um turbilhão de emoções e uma dor aguda que emanava do fundo de seu ser, fazendo com que Amélia apertasse a cabeça com ambas as mãos, seu rosto pálido de dor.

Rafael estava estacionando o carro quando o súbito empalidecimento e a reação de Amélia o fizeram mudar de expressão abruptamente, pressionando o freio e empurrando a alavanca de câmbio para estacionar, o carro parou firme.

Ele virou-se rapidamente, segurando o braço de Amélia, perguntando com urgência: "O que houve?"

Amélia apenas sacudia a cabeça em agonia, segurando o cabelo tentando aliviar a intensa dor.

"Vou te levar ao hospital agora."

Rafael disse, sem hesitar, desengatou o carro e começou a manobrar para voltar, com movimentos rápidos.

Lucas Soares estava saindo com seu avô, Manuel Soares, quando viu o carro de Rafael fazendo a manobra apressada.