Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 730

Carolina disse aquilo com um ar de insinuação.

Amélia apenas sorriu levemente: “Muitas pessoas dizem isso. Mas não importa, desde que meu marido e minha filha achem que eu continuo a mesma, está tudo bem.”

“Seu marido?”

Carolina franziu levemente a testa, olhando para Amélia com um olhar que tinha algo de avaliador.

Amélia sentiu que havia algo estranho no olhar de Carolina, estava prestes a falar, quando Carolina se adiantou: “Rafael não te contou que vocês já estão divorciados?”

Amélia arregalou os olhos, olhando para ela.

Carolina, como se tivesse percebido que falara demais, deu um sorriso constrangido: “Desculpe, achei que ele já tinha te contado.”

“Eu me lembro que vocês haviam se divorciado antes mesmo de você viajar para estudar no exterior.” Carolina disse, lançando um olhar casual, porém significativo, para Laura, “Nós, seus antigos colegas de classe, ficamos bastante surpresos, assim como quando vocês se casaram repentinamente. Mas também entendemos, naquela época você ficou grávida por acaso, e Rafael, que ainda estava estudando, sempre foi muito responsável. Sendo assim, ele naturalmente assumiu a responsabilidade por você.”

Amélia não pôde deixar de franzir a testa, casada por causa de uma gravidez inesperada?

Ela olhou para Laura, que segurava sua mão; a idade da menina claramente não correspondia à situação descrita por Carolina, então aquele filho...

Amélia sentiu uma dor surda e vaga em seu peito.

Carolina parecia perdida em lembranças: “É uma pena, vocês se casaram por causa do filho, e no final acabaram não ficando com ele.”

Olhando para Laura, Carolina continuou: “Mas, felizmente, vocês tiveram sorte no final, tendo uma filha tão inteligente e bonita. É uma história bastante dramática, vocês estavam divorciados e sem contato por dois anos, ninguém sabia que você tinha secretamente dado à luz, Rafael também não sabia, e acabamos por coincidência nos encontrando em um encontro às cegas. Então, você de repente apareceu com uma filha, que ainda por cima era filha do Rafael.”

Carolina não pôde deixar de balançar a cabeça e sorrir, não se sabia se ela estava maravilhada pelo destino ou se zombava da astúcia de Amélia.

Amélia mal conseguia discernir; a quantidade de informações fornecidas por Carolina era demais, e ela estava um pouco atordoada para assimilar.

Isso não correspondia ao passado que Rafael havia lhe contado.

Na versão descrita por Carolina, ela e Rafael casaram-se por causa do filho, e depois que o perderam, não havia mais razão para continuarem juntos, e assim se divorciaram.

Mas depois do divórcio, ela engravidou de Laura, e sem contar a Rafael, deu à luz.

Nos dois anos seguintes ao divórcio, ela e Rafael estavam separados, vivendo vidas felizes independentemente, sem manter contato. Durante esse período, Rafael até tentou começar uma nova vida, indo a encontros às cegas, mas nesse momento ela apareceu com Laura, e Rafael descobriu a existência da menina. Movido novamente por um senso de responsabilidade, ela e Rafael acabaram se envolvendo novamente.

Embora essas fossem apenas as palavras de Carolina, ao se lembrar da primeira vez que viu Rafael, aquele sentimento de saudade misturado com tristeza, desejando apenas observá-lo de longe sem perturbar, e depois, ao voltar para casa com Rafael, aquele sentimento de proximidade e distância que não se assemelhava ao de um casal, fez com que ela sentisse, de alguma forma, que talvez as palavras de Carolina fossem a versão mais próxima da verdade.

Rafael parecia ter reconstruído para ela uma versão embelezada de um conto de fadas.

Laura também percebeu que algo estava errado com Amélia, apertando a mão dela com preocupação, chamou-a com uma vozinha doce e ansiosa: “Mamãe?”

"Como você disse, antes de eu me transferir, vocês já eram muito bons parceiros, o que significa que vocês se conhecem há mais tempo que eu, durante esses anos todos de escola secundária, universidade, e os muitos anos de trabalho depois da minha formatura, e eu já estou divorciada dele há tantos anos, vocês até já se sentaram à mesa de casamento, mas você não conseguiu conquistá-lo, só pode tentar encontrar uma brecha falando do meu passado com ele para mim, o que mostra que o seu gostar não vale nada para ele." Amélia disse em voz baixa, ainda com um tom suave e agradável, "Eu posso entender sua obsessão, mas sinto muito, não posso ajudá-la, você não deveria desperdiçar seu tempo comigo."

Após dizer isso, Amélia inclinou a cabeça em desculpas para ela e, abraçando Laura, virou-se em direção à área de alimentação infantil.

Laura olhou para trás furtivamente para Carolina, que permaneceu parada no lugar com uma expressão pálida, e não pôde deixar de perguntar baixinho a Amélia: "Mãe, quem é aquela tia?"

"Uma colega de classe da mamãe." Amélia explicou suavemente, usando "colega de classe" como provavelmente a melhor definição para seu relacionamento com Carolina.

"Aquela tia parece um pouco triste." Laura sussurrou no ouvido de Amélia, "Por que ela está triste?"

Amélia se virou e sorriu para ela: "Mamãe também não sabe, talvez a tia tenha algo em seu coração."

"Oh." Laura assentiu, meio entendendo, e abraçou o pescoço de Amélia, inclinando a cabeça para perguntar, "Eu acho que aquela tia estava sendo meio malvada com a mamãe."

Amélia sorriu levemente para ela, acariciando seu cabelo longo, e a tranquilizou suavemente: "Não se preocupe, ninguém pode ser malvado com a mamãe. A mamãe ainda precisa proteger a Laura querida."

Esse suave "proteger a Laura querida" imediatamente fez Laura sorrir, e ela assentiu vigorosamente: "Sim."

Ela se aproximou e abraçou o pescoço de Amélia mais apertado, dizendo seriamente em seu ouvido: "Minha mãe é a mamãe mais incrível."

Amélia sentiu um calor no coração, abraçando-a mais apertado, com as bochechas pressionadas contra as dela, seus olhos se elevaram ligeiramente, olhando através da multidão para Carolina, que ainda estava parada no mesmo lugar.