Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 739

Laura e Cecília permaneciam sentadas lá embaixo, também presenciaram a cena de Rafael segurando a mão de Amélia ao subirem ao palco.

Ela não entendia o que seus pais estavam dizendo, mas ao ver seu pai segurando a mão da mãe, ficou muito feliz. Assim que viu Rafael puxando Amélia para perto, não conseguiu resistir e levantou-se da cadeira, estendendo os braços e gritando alegremente para Rafael e Amélia:

"Eu também quero segurar."

Rafael se inclinou para pegá-la nos braços e, em seguida, dirigiu-se a Cecília: "Temos que voltar agora, você prefere ficar ou voltar conosco?"

Ele não esqueceu que Cecília foi convidada para fazer companhia a Amélia, e naturalmente, não poderia deixá-la sozinha ao partir.

Cecília sorriu: "Por que eu ficaria? Claro que vou com vocês."

Enquanto falava, já se inclinava para pegar seu casaco e bolsa ao lado.

"Vamos."

Cecília falou e começou a andar para fora.

Bruno, que ainda estava entretendo os convidados por Rafael, franzia a testa ligeiramente ao ver a cena.

Um dos convidados, em meio a uma conversa casual, perguntou sorrindo: "Sr. Bruno, o que foi?"

Bruno sorriu de volta para ele: "Nada."

E tranquilamente desviou o olhar.

Amélia notou a sutil mudança nos detalhes de Bruno, olhou para Cecília e estava prestes a dizer algo quando Cecília já sorriu e bateu em seu ombro: "Melhor resolverem os problemas de vocês primeiro."

Dizendo isso com um olhar significativo em direção a Rafael.

Embora a declaração de Rafael de que Amélia era sua esposa tenha tocado ela como espectadora, ela também percebeu que a cena entre Rafael e Amélia ocorreu após uma interrupção no assunto, com uma determinação de Rafael tingida de uma decisão irrevogável.

Amélia acabara de descobrir que sua relação com Rafael não era o que ela sempre pensou que fosse, e ainda não haviam tido a chance de conversar profundamente, provavelmente seu coração ainda estava confuso e incerto.

Rafael olhou para ela e disse: "Vou mandar alguém te levar para casa."

"Não precisa." Cecília recusou prontamente, balançando a mão, "Eu vim dirigindo e tenho outro compromisso, tchau."

Dizendo isso, virou-se elegantemente e saiu, não olhando para trás, mas ainda acenando em despedida.

Amélia olhou inadvertidamente para Bruno.

Bruno apenas lançou um olhar para o fundo das costas de Cecília antes de desviar o olhar, sem dar um passo à frente para retê-la.

Amélia suspirou internamente, os dois eram tão fechados quanto ostras, impossíveis de abrir.

"Vamos para casa então."

Rafael falou calmamente, carregando Laura e começando a caminhar para fora do local, sem soltar a mão de Amélia.

Laura olhou com certo pesar para a multidão animada, "Já vamos embora?"

"É muito barulhento aqui, e este lugar ainda não é adequado para você." Rafael acariciou sua cabeça, "Que tal voltarmos quando você estiver um pouco mais velha?"

Laura se convenceu, assentindo, mas sua excitação já havia sido despertada pela agitação do local, e no caminho de volta, ela não parou de falar, deixando Amélia e Rafael quase sem tempo para conversar, gastando a maior parte dele respondendo as inúmeras perguntas dela.

A paciência e gentileza de Amélia ao enfrentar a curiosidade de Laura foram exibidas em sua plenitude.

Não importava quão estranhas fossem as perguntas de Laura, ela sempre conseguia explicar de uma maneira que Laura pudesse entender, sem deixar espaço para Rafael intervir.

O falatório ininterrupto de Laura continuou mesmo depois de chegarem em casa, inclusive durante o jantar, perguntando ora a Rafael, ora a Amélia.

Rafael e Amélia, ao enfrentarem a curiosidade de Laura sobre o mundo, eram igualmente pacientes e gentis em satisfazê-la.

Após o jantar, como de costume, Rafael levou Laura para lavar e escovar os dentes, e depois para secar o cabelo.

A pequena, talvez por ter brincado demais hoje e estar excessivamente excitada, adormeceu enquanto secava o cabelo.

Amélia foi preparar a cama, e Rafael a carregou para deitá-la.

Amélia cuidadosamente cobriu-a com o cobertor.

Rafael também esticou o cobertor do outro lado, ajeitando para ela.

As mãos ocupadas de ambos acidentalmente se tocaram, e depois ambos hesitaram um pouco em seus movimentos.

O ambiente ficou um tanto tenso por um momento.

Desde a noite em que souberam que haviam se divorciado há anos, não tiveram a oportunidade de discutir profundamente sobre o assunto.

Mesmo que Rafael a tenha levado ao palco à força, dizendo a todos que ela era sua esposa, os motivos do divórcio e tudo que aconteceu depois nunca foram realmente discutidos.

Dado o caráter de ambos, o divórcio deve ter sido resultado de conflitos irreconciliáveis.

Ela não sabia quais eram.

A falta de comunicação profunda sobre o assunto deixou seu coração vago e inseguro.

Amélia só podia se distrair olhando ao redor da biblioteca para acalmar a sensação de pânico.

A decoração da biblioteca era discreta e simples, com um sofá que poderia ser transformado em cama, uma mesa de trabalho e uma fila inteira de estantes.

As estantes estavam cheias de livros.

Amélia gostava de ler, e ao ver os livros, seus olhos dificilmente podiam se desviar, e a sensação de limites que surgia por não ser mais esposa de Rafael foi ligeiramente esquecida devido aos livros.

Ela se levantou inconscientemente, caminhou até as estantes e começou a examinar as fileiras de livros, passando de olhar para cima para agachar-se e olhar de frente.

Ao ver um antigo livro de design arquitetônico um tanto desgastado e danificado, Amélia não resistiu e estendeu a mão para pegá-lo, mas não esperava que uma pequena parte das páginas danificadas, que havia sido prensada pela gaveta fechada, a fizesse ter que abrir a gaveta.

Um celular feminino de cor rosa-dourado com alguns arranhões apareceu diante de seus olhos.

Amélia ficou surpresa.

Quando uma sensação estranhamente familiar surgiu, ela já havia pegado o celular, acendendo a tela.

O celular, que estava bloqueado, desbloqueou-se automaticamente ao tocar seu rosto.

Amélia ficou ainda mais atônita, seus olhos vidrados na tela do celular, fixos no ícone do aplicativo de cor rosa-lilás no canto inferior direito, não muito comum. Sem perceber, ela hesitou novamente, e seus dedos, como se tivessem vontade própria, tremiam ao tocar aquele ícone.

Uma carta repleta de palavras se desdobrou lentamente diante de seus olhos, ao som de uma música suave:

"Rafael, espero que esta carta te encontre bem.

Já se passaram dois anos desde a última vez que celebrei teu aniversário. Sempre pensei que nunca mais nos veríamos nesta vida, mas, de alguma maneira, parece que não conseguimos escapar do destino.

Na verdade, ao abrir esta carta, sinto que há muito o que dizer, mas ao mesmo tempo, parece que não sei por onde começar.

Parece que sempre fomos próximos, mas ao mesmo tempo, sempre existiu uma distância intransponível entre nós, como montanhas distantes que não conseguimos atravessar.

Eu tentei entrar no teu mundo, mas não encontrei a porta certa. Depois, tentei me afastar do teu mundo, mas nunca consegui realmente fazer isso..."