Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 1058

Gabriel inclinou a cabeça mais uma vez, num gesto de respeito contido, e se virou para sair.

Mas, antes que desse um passo, a voz firme do avô ecoou novamente atrás dele:

— E também peça desculpas ao seu irmão.

O corpo de Gabriel enrijeceu de imediato.

As mãos se fecharam em punhos, o maxilar travado.

Ele lançou um olhar cortante para Sérgio, um olhar que, se pudesse, o fulminaria ali mesmo.

Se não fosse pelo lugar e pelas pessoas presentes, ele já teria partido para a agressão há muito tempo.

Mas ouvir o avô exigir que ele pedisse desculpas... Era demais.

Jamais faria isso.

Percebendo que o neto o desafiava em silêncio, o senhor Henrique franziu o cenho. A voz tornou-se mais severa, quase num brado:

— Gabriel! Sérgio é seu irmão, queira você ou não! — O tom do patriarca fez o ar pesar. — Foi você quem o insultou, quem o empurrou no chão diante de todos! Peça desculpas imediatamente!

O olhar de Gabriel se manteve frio, distante, sem um traço de arrependimento.

Ele sabia que não o tinha empurrado, mas não via sentido algum em se explicar.

Não para eles.

Diante de todos aqueles rostos ilustres, ele disse, com voz firme e gélida:

— Eu não tenho nenhum irmão bastardo. — Fez uma pausa breve, os olhos fixos no avô. — Aquele lixo do André, meu pai, eu já não reconheço. Por que diabos reconheceria o filho dele?

As palavras caíram como um soco no silêncio da sala.

E, sem esperar resposta, Gabriel deu meia-volta e saiu, o passo firme, a expressão impenetrável.

No lugar onde estivera, o senhor Henrique tremia de raiva.

O rosto, antes austero, agora se tingia de fúria.

Apontou o dedo para o neto que se afastava e gritou, a voz embargada de indignação:

— Você... Você é um ingrato! Um desgraçado!

Mas Gabriel nem sequer olhou para trás.

Continuou andando, o rosto impassível, os olhos frios.

Como se os gritos do avô não passassem de ruído distante no meio da festa.

O público ao redor observava com atenção a cena escandalosa que se desenrolava diante deles.

A família Pereira acabava de protagonizar um espetáculo digno de comentários: o neto insultando o próprio pai em público, sem a menor hesitação.

Gabriel realmente parecia ter jogado a reputação pela janela.

Não se importava mais com nada, nem com as aparências.

O senhor Henrique, tomado pela raiva, estava prestes a gritar o nome do neto para fazê-lo parar, quando uma voz calma, porém firme, se fez ouvir:

— Senhor Henrique. — Disse Paulo, dando um passo à frente. — Gabi não encostou no Sérgio. Eu vi claramente daqui. Foi o próprio Sérgio quem perdeu o equilíbrio e caiu. Ninguém o empurrou.

O olhar de Paulo era frio, incisivo.

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