Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 1069

— Meu telefone estava bloqueando chamadas hoje porque muita gente estava ligando pra tratar de assuntos que não têm nada a ver com negócios. — Explicou Rafael. — Pra evitar interferências, precisei ativar o filtro de chamadas.

Ao ouvir isso, Paulo sorriu discretamente, como quem já imaginava a situação, e respondeu:

— Deixa eu adivinhar... Todo mundo querendo saber sobre o passado do Gabi e da Srta. Cristiane, não é?

Rafael ficou surpreso, não esperava que aquele homem soubesse tanto.

Enquanto caminhavam em direção ao elevador, respondeu com um leve aceno de cabeça:

— Exatamente. O senhor acertou em cheio.

A essa altura, Rafael já estava certo de que o Sr. Paulo tinha uma relação próxima com Gabriel, embora não fizesse ideia de qual fosse o vínculo entre os dois, já que nunca o vira aparecer por ali.

O elevador exclusivo subiu direto até o último andar.

Rafael acompanhou o visitante até a porta da sala da presidência, bateu de leve e anunciou com formalidade:

— Sr. Gabriel, o Sr. Paulo, do Grupo Tavares da Cidade H, veio visitá-lo.

Ao ouvir a voz do assistente, Gabriel ergueu a cabeça imediatamente.

Em um segundo, levantou-se da cadeira, surpreso, quase emocionado:

— Tio? — Exclamou. — O que o senhor está fazendo aqui?

Ao lado, Rafael congelou por um instante, o rosto estampando pura perplexidade.

”O quê?! Tio?

Tio de verdade?!”

Ele nunca ouvira falar que o Sr. Gabriel tivesse algum tio.

E, para completar o choque, aquele tio era justamente o Sr. Paulo da poderosa família Tavares da Cidade H.

De repente, Rafael se lembrou da mãe de Gabriel, uma mulher que havia falecido jovem e sobre cuja história ele sabia muito pouco.

Mas, naquele instante, tudo começou a fazer sentido: a mãe de Gabriel devia mesmo ter vindo da família Tavares, da Cidade H.

— Achei que o senhor estaria na casa dos Cardoso hoje. — Disse Gabriel, indo ao encontro do visitante. — Por isso vim direto pra empresa.

— Ah, entre gente não precisa dessas formalidades. — Respondeu Paulo, sorrindo enquanto se sentava no sofá. — Na verdade, eu pretendia vir te ver só amanhã, mas acabei mudando de planos e apareci de repente. Espero não estar atrapalhando seu trabalho.

Gabriel se sentou ao lado dele e respondeu com serenidade:

— De forma alguma, tio. A tarde está tranquila.

A verdade era que Paulo viera com pressa, não podia mais esperar.

Colocou-as sobre a mesa de centro e saiu em silêncio, fechando a porta atrás de si.

Pelo que ouvira do diálogo entre o Sr. Gabriel e o Sr. Paulo, Rafael já conseguira ligar os pontos: o Sr. Paulo devia ter vindo a Cidade A para participar da cerimônia de reconhecimento de Beatriz e, ao ouvir os rumores sobre o passado entre ela e Gabriel, decidira vir pessoalmente tirar satisfação.

No escritório, o tempo passava devagar.

Minuto após minuto, Gabriel falava, e Paulo ouvia em silêncio absoluto.

Depois de cerca de cinco ou seis minutos, Paulo já havia entendido toda a sequência dos fatos.

Mas, por dentro, não sabia exatamente o que sentir.

O coração estava um emaranhado de emoções, onde surpresa, mágoa e compreensão se misturavam.

Afinal, os rumores não eram invenção.

Tudo aquilo entre Gabi e a Srta. Cristiane de fato acontecera, com todos os seus conflitos, arrependimentos e feridas.

Por fim, Paulo quebrou o silêncio.

Olhou para o sobrinho, com expressão serena, mas olhar profundo, e perguntou:

— E agora, Gabi... O que você sente? Ainda ama a Srta. Cristiane?