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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 1068

Sérgio só queria garantir que Gabriel não encontrasse brechas, que ele não conseguisse, de forma alguma, conquistar o apoio do conselho com aquelas manobras sujas e ardilosas de sempre.

Enquanto o banquete seguia animado, do outro lado da cidade, Gabriel já havia deixado o local e voltado para a empresa.

Estava visivelmente abatido, e Rafael pôde perceber isso com facilidade.

Na hora do almoço, ao perguntar o que iria pedir, Gabriel apenas respondeu que não comeria nada.

— Sr. Gabriel, — insistiu Rafael com cuidado. — Da última vez pedi comida da Cantina do Nino. O senhor devia comer um pouco... Precisa cuidar da saúde.

Gabriel não respondeu.

Ficou parado diante da janela, com o olhar vazio, encarando o nada.

Rafael soltou um suspiro silencioso.

Sabia muito bem o motivo daquilo tudo.

O que acontecera no banquete daquela manhã já tinha se espalhado por todo o círculo social.

Sr. Henrique tentara ligar para Gabriel várias vezes, mas ele não atendeu nenhuma.

Acabou ligando para Rafael, que não teve escolha a não ser passar o telefone e colocar no viva-voz.

Do outro lado da linha, Sr. Henrique despejou uma bronca furiosa, mas Rafael sabia que a tristeza do chefe não vinha disso.

Era por causa de Beatriz.

O evento daquela manhã fora a cerimônia de reconhecimento da herdeira dos Cardoso, e estavam presentes as principais famílias da elite, além de inúmeras figuras influentes da sociedade.

E todos descobriram, naquele mesmo instante, que a Srta. Cristiane era, na verdade, a ex-esposa de Gabriel.

Ninguém ousava ir até os Cardoso perguntar nada diretamente, e tampouco alguém tinha coragem de abordar o próprio Gabriel.

Então, os telefonemas começaram a cair um atrás do outro no celular de Rafael, todos tentando arrancar informações de forma disfarçada, fazendo perguntas indiretas, como quem não quer nada, mas buscando confirmar se o escândalo era mesmo verdade.

Rafael já havia configurado o celular para bloquear todas as ligações externas, mas as chamadas vindas do conselho administrativo ele ainda atendia e respondia com todo o cuidado.

Em cada conversa, ele fazia questão de destacar tudo o que o Sr. Gabriel havia feito por Beatriz: que mandara pessoas para protegê-la, que se importava profundamente com ela, que implorara pelo perdão de todas as formas possíveis e até que havia se colocado em perigo, sendo atropelado por causa dela.

Afinal, nos fóruns e grupos privados, as apostas já estavam praticamente fechadas: todo mundo dizia que Gabriel e Beatriz jamais voltariam a ficar juntos.

As duas famílias não tinham negócios em comum.

Estavam em regiões completamente opostas e, por lógica, nem deveriam se conhecer.

Pouco tempo depois, Rafael chegou ao saguão térreo.

De longe, avistou um homem de meia-idade, impecavelmente vestido em terno sob medida, com uma postura imponente e olhar firme, claramente alguém acostumado a ser respeitado.

— Boa tarde. O senhor é o Sr. Paulo, certo? — Disse Rafael, com um sorriso cortês e uma leve inclinação de cabeça. — Sou Rafael, assistente do Sr. Gabriel. Peço desculpas por não tê-lo recebido adequadamente. Seja muito bem-vindo.

— Tudo bem. — Respondeu Paulo, com naturalidade. — Eu até tentei marcar um horário, mas o telefone do Gabi não atendia... E o seu também estava fora do ar.

Ao ouvir aquele “Gabi” tão íntimo, Rafael estranhou na hora.

A familiaridade na forma como ele se referia ao chefe não combinava com uma relação puramente profissional.

Mas ele conteve a curiosidade e apenas respondeu com educação:

— O Sr. Gabriel passou o horário do almoço todo trabalhando. Provavelmente não viu o celular.

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