— Esse discurso... Guarda pra Sra. Beatriz. — Respondeu Rafael com um suspiro. — Se é que ela ainda quer te ouvir.
— Então quer dizer que ainda tenho chance?! Eu posso explicar tudo pra ela! — Os olhos de Gabriel se acenderam com uma súbita esperança, a voz levemente trêmula de empolgação.
Rafael, por dentro: “Chance? Quase nenhuma, né. A mulher saiu decidida, com o coração em frangalhos.”
Mas, lembrando da frase clássica da própria Beatriz: “Sr. Gabriel só ouve o que ele quer ouvir”. Rafael apenas forçou um sorriso e respondeu com diplomacia:
— O senhor pode tentar. O importante é isso: tentar. Assim não se arrepende depois.
— Arrependimento não vai fazer parte da minha história! — Declarou Gabriel, renovando o fôlego como quem entra em campo numa final de campeonato. — Se eu pedir desculpas, explicar tudo direito, ela com certeza vai me perdoar!
Rafael observou a mudança repentina: segundos atrás estava prestes a cair em depressão profunda, e agora parecia ter tomado uma dose dupla de adrenalina.
“Boa sorte, Sr. Gabriel... Sinceramente. Pelo menos agora não vai dormir chorando no escritório.”
Com o humor finalmente estabilizado, Gabriel começou a guardar suas coisas.
Tinha planos: ia pra casa limpar tudo que era da Vitória, jogar fora, desinfetar o ambiente. Queria que Beatriz, ao voltar, não encontrasse nenhum vestígio da outra.
E sim, ele não permitiria que Vitória voltasse a pisar ali nunca mais.
Rafael, vendo que finalmente estava liberado, respirou aliviado. Mas não deu tempo nem de soltar o suspiro.
— Rafael! — Chamou Gabriel, agarrando-o de novo pelo braço. — Naquela hora eu ouvi um homem ao lado da Beatriz... E parecia jovem. Será que ela já tá gostando de outro? Com certeza é aquele veterano da faculdade. Ele já ligou pra ela lá em casa uma vez. E quando eu só falei duas palavras, a Beatriz ainda me deu um tapa... Por causa dele.
Gabriel começou hesitante, mas quanto mais falava, mais entrava na própria paranoia.
O tapa, a ligação, a voz masculina... Tudo virou argumento em sua cabeça. Estava convencido.
“Ela tá gostando de outro. Beatriz me bateu por outro homem!”
Rafael sentiu o aperto no braço aumentar. A mão de Gabriel estava quase trincando os ossos dele.
O mais assustador? Os olhos. Vermelhos, marejados, como se estivesse prestes a chorar de raiva.
“Pelo amor de Deus... Esse homem vai enlouquecer de vez.
Esse ainda é o mesmo Sr. Gabriel?
Aquele presidente frio, arrogante, temperamental do Grupo Pereira?
Porque... Neste momento, ele parecia mais um cachorro abandonado na chuva.
Ao lado, Rafael observava o Sr. Gabriel se desfazer em silêncio.
O brilho nos olhos havia sumido. No lugar, só tristeza, vazio e uma certa... Vulnerabilidade melancólica.
“Meu Deus...
Isso é sério?
Desde quando o Sr. Gabriel virou um personagem de drama romântico adolescente?”
A boca de Rafael ficou tão aberta que caberia um ovo inteiro ali.
“O Sr. Gabriel tá mesmo de coração partido.
E o pior?
Tá ficando fofo de tão trágico.
Misericórdia.”

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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Eu não entendo: se eu quero pagar pra ler porque os capítulos tem que estar bloqueados???? Isso desestimula a leitura!!!! Desbloqueia por favor!!!!...
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Eu não entendo. Quero pagar pra ler e vcs não desbloqueiam!!!!...
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