Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 122

Gabriel já havia descoberto onde ela trabalhava... Será que também sabia em qual empresa ela tinha sido contratada?

Se fosse esse o caso, não haveria como esconder de Daniel e dos outros. Com o jeito obsessivo de Gabriel, era quase certo que ele causaria um escândalo.

Eles já estavam oficialmente divorciados. Beatriz tinha sido clara com ele na noite anterior, mas ainda assim ele insistia em persegui-la. Queria mesmo arruinar a vida dela? Fazer com que voltasse a viver sob o mesmo teto, servindo a ele e à Vitória como se nada tivesse acontecido?

Beatriz cerrou os dentes, sentindo a raiva subir pelo rosto.

Gabriel queria destruí-la por completo. Era isso?

Fazer com que ela não tivesse mais espaço na toda a Cidade A?

Enquanto isso, do outro lado, no primeiro andar do prédio comercial...

Já havia se passado mais de meia hora. Rafael, com os olhos arregalados como dois sinos de bronze, mal conseguia piscar e nada da Sra. Beatriz aparecer.

— Sr. Gabriel, aqui tem muitas empresas, e os horários de saída são variados. Tem gente que fica até as dez da noite. — Comentou Rafael.

— Então vamos esperar até as dez. — Declarou Gabriel com firmeza, o rosto sombrio.

Mas... E se Beatriz tivesse vindo ontem buscar aquele homem e hoje simplesmente não aparecesse?

Ou pior: e se estivesse esperando por ele lá fora? Mesmo que Gabriel visse o tal homem, como iria reconhecê-lo?

— Ficar aqui parado não vai adiantar, Sr. Gabriel. Fique vigiando por enquanto, eu vou descobrir quantas empresas têm neste prédio e, depois, investigar os funcionários de cada uma. — Sugeriu Rafael.

— Tá dizendo que a Beatriz trabalha aqui? — Gabriel virou-se, com a testa franzida.

— Claro. Por que mais a Sra. Beatriz estaria nesse prédio? — Argumentou Rafael.

— Mas ela virou dona de casa logo depois de se formar. Nunca trabalhou, não tem experiência nenhuma. Também não é recém-formada... Que empresa contrataria ela? — Questionou Gabriel, desconfiado.

Rafael ficou em silêncio. Aquilo fazia algum sentido. E além disso, fazia só quatro ou cinco dias que ela tinha saído de casa. Ter conseguido um emprego tão rápido?

Principalmente num prédio como aquele, que era praticamente todo ocupado por empresas de tecnologia, desenvolvimento de software, jogos... Áreas com critérios de contratação bem exigentes.

— Vamos esperar lá fora. — Ordenou Gabriel. A vigilância mudaria de lugar.

Se o curso fosse compatível com alguma empresa do prédio, poderiam estreitar o campo de busca.

— Eu não sei. — Respondeu Gabriel, olhando para o chão.

Rafael ficou sem palavras...

— Tudo bem. Vou investigar empresa por empresa. Só preciso verificar os funcionários recém-contratados. Deve ser rápido. — Suspirou Rafael.

Gabriel já ia insistir de novo que Beatriz jamais trabalharia ali. Afinal, era um prédio com empresas de tecnologia e ela não parecia ter esse perfil. Será que ela programava? Trabalharia com desenvolvimento de software?

Mas, antes que dissesse qualquer coisa, se calou de repente.

Lembrou que, em casa, Beatriz usava uma mesa digitalizadora. E mesmo quando esteve internada, pediu para Rafael levar o notebook até o hospital.

De repente, tudo fez sentido.

Será que, esse tempo todo, ela já estava se preparando para voltar ao mercado de trabalho?