Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 121

No meio das conversas, começaram a surgir especulações maliciosas. Ninguém dizia nada abertamente, mas a curiosidade, alimentada pelo burburinho, era visível.

Não demorou até alguém anunciar que o Sr. Daniel havia chegado. Só então os cochichos cessaram.

Todos imaginavam que, depois de entregar o cartão do elevador para Beatriz, ele desceria junto com os demais executivos. Mas, para surpresa geral, Daniel tirou outro cartão do bolso. Na mesma hora, todos ficaram atônitos.

Como assim o Sr. Daniel também tinha um cartão do elevador? Será que não foi ele mesmo quem deu o da Beatriz? Ou aquele seria apenas um cartão reserva?

As suposições se espalharam entre os presentes. Enquanto isso, lá embaixo...

Beatriz saiu do elevador em direção à entrada principal. No entanto, assim que chegou à porta, avistou duas figuras conhecidas.

Seu rosto empalideceu na hora. Ela se virou rapidamente e apertou o botão do elevador outra vez, usando a bolsa para cobrir um lado do rosto.

“Aquele maluco é um encosto mesmo!” pensou, com o coração disparado. Gabriel teve a ousadia de aparecer ali?

Será que, mais uma vez, ele usou a polícia para rastrear onde ela estava?

A porta do elevador se abriu e Beatriz entrou sem hesitar. Foi então que ouviu a voz de Daniel.

— Beatriz? — Disse ele.

Ela levantou a cabeça e só então percebeu que Daniel também estava no elevador. Mas não havia tempo para explicações. Imediatamente, apertou o botão de fechar a porta.

— Você... — Começou ele, mas Beatriz o interrompeu.

— Vou sair pela garagem subterrânea. Tem menos gente, é mais tranquilo. — Respondeu ela.

Daniel franziu o cenho. Aquela desculpa soou estranha.

No térreo, na área dos elevadores de serviço...

Gabriel e Rafael já corriam para lá. Rafael, ofegante, disse:

— Sr. Gabriel, agora é fim de expediente. Tem gente demais, vai ser difícil encontrar a Sra. Beatriz.

— Justamente por isso é que é bom. Abre bem esses olhos! — Disse Gabriel, cerrando o punho com força.

Ele se encostou na parede. Havia seis elevadores. Ele e Rafael se dividiram, três para cada um. Observavam atentamente todas as pessoas que saíam, sem deixar passar ninguém.

O hacker havia conseguido rastrear a última localização do sinal da ligação entre ele e Beatriz, feita no dia anterior. Era exatamente naquele prédio comercial no centro.

“Aquele andar era só de escritórios. O que ela estaria fazendo ali? Será que foi encontrar aquele homem ao final do expediente?”

— Já que você tá aqui... Vamos juntos. É no caminho mesmo. — Insistiu Daniel. — Hoje sem jantar. Só te deixo em casa e pronto.

Beatriz tentou se soltar, mas a mão dele estava firme. Sem alternativa, teve que acompanhá-lo até o carro.

O veículo deu partida e saiu da garagem. Beatriz passou os dedos pelos cabelos e virou levemente o rosto, tentando se esconder do lado da janela.

Daniel percebeu o gesto. Franziu levemente a testa, confuso, e olhou para o lado de fora.

Não havia ninguém em especial ali. De quem ela estava se escondendo?

Lembrou-se de como ela entrou às pressas no elevador, da desculpa sobre sair pela garagem... Tudo aquilo parecia mais uma tentativa de evitar alguém.

Chegou a uma conclusão e apertou os lábios, pensativo.

“Será que o homem por quem Beatriz se apaixonou também trabalhava naquele prédio?”

Mas não perguntou nada. Se ela não queria tocar no assunto, ele não seria quem iria reabrir a ferida.

Durante todo o trajeto, Daniel permaneceu em silêncio até deixá-la em casa. Quando ela desceu, ele apenas acenou com a mão em despedida.

Beatriz soltou um longo suspiro, apertando com força a alça da bolsa. Só então se deu conta de tudo o que havia acabado de acontecer.