Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 135

— Não... Não é isso, eu juro que não é... — Gabriel balançava a cabeça freneticamente, olhando para Beatriz com desespero.

— Vai negar as palavras que você mesmo disse? Quer que eu chame a Vitória pra testemunhar?

Beatriz retrucou com sarcasmo. O olhar era afiado como lâmina.

— Eu... Aquilo foi outra versão de mim, foi num momento de raiva! Agora é diferente! Eu não voltei pra te machucar, Beatriz, eu... — Antes que pudesse terminar, os policiais já tinham algemado suas mãos. — Eu te amo!

A frase finalmente escapou. Saiu com dor, com urgência, como algo que ele vinha sufocando há muito tempo. Enquanto era levado pelos agentes, Gabriel ainda se virava, os olhos fixos nela.

Mas Beatriz nem sequer olhou para trás. Como se não tivesse ouvido nada.

Gabriel foi colocado dentro do carro da polícia. Ela ficou parada, imóvel no lugar. Os punhos cerrados com força era isso que a impedia de virar.

“Ele tá louco? O que ele tá falando?

Dizer que... gostava dela?

Ridículo. Soava falso. Tão falso quanto podia ser. Será que agora, ao ver que ela estava realmente decidida a se divorciar, resolveu apelar para o sentimentalismo?

Mas... Nesses dois anos de casamento, ela já tinha chorado tudo o que podia. O coração, agora, era só um deserto seco e rachado. Como alguém tão destruída poderia cometer o mesmo erro duas vezes? Cair no mesmo buraco mais uma vez?”

— Beatriz?

A voz de Daniel a despertou. Ela nem tinha percebido que estava ali, perdida nos próprios pensamentos.

— Daniel, vá até o hospital mais próximo cuidar desses machucados. Me desculpa, mas eu preciso ir à delegacia prestar depoimento. Eu vou pagar pelas suas despesas médicas, eu...

— Eu vou com você. — Daniel a interrompeu.

Beatriz ficou surpresa por um instante. Ele continuou:

— O Gabriel tá completamente fora de si. Vai que ele sai da delegacia e tenta te fazer algo de novo. E, além disso, eu sou a vítima. Não posso deixar de depor.

A voz do Sr. Henrique saiu baixa, carregada de culpa. O olhar era pesado.

— Ele tem pernas e é adulto. O senhor não pode trancá-lo dentro de casa. — Respondeu Beatriz com calma. Não havia raiva, apenas uma certa distância. — Desculpe também por não ter me despedido quando fui embora. Eu não queria mais nenhum laço com a família Pereira.

— Depois de tudo o que você passou, é natural não querer me ver. Fui eu quem te arrastou pra dois anos de sofrimento. — Disse o velho, pesaroso.

Beatriz abaixou levemente os olhos. Os lábios se apertaram num gesto contido.

— Também foi minha escolha. Escolha errada, escolha tola... Mas ainda assim, minha.

Na verdade, o Sr. Henrique nunca a forçou. Apenas lhe ofereceu uma opção, que ela, cega pela paixão, acreditou ser um presente do destino. E foi assim que caiu num abismo.

Ao lado, Daniel escutava o diálogo em silêncio, as sobrancelhas franzidas. Aquilo tudo revelava muito mais do que ele imaginava. Não conseguiu se conter e perguntou em voz baixa:

— Você... Escolheu isso? Dois anos... Quer dizer que você ficou casada com o Gabriel por dois anos? — Ele pausou por um momento, ligando as peças. — Então... Aquela história de viagem internacional depois da formatura... Era mentira? Você não foi viajar... Você foi se casar?

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