— E agora? — A voz de Vitória saiu embargada. — Meus documentos estão todos na bolsa… Não posso ir para outro hotel sem eles.
Gabriel ficou em silêncio por alguns segundos, depois respondeu com firmeza:
— Vamos para minha casa.
Vitória hesitou por um momento. Baixou a cabeça, assumindo um ar humilde e contido:
— Não sei se é o certo… Não quero ser o motivo de mais brigas entre você e a Bia.
Gabriel soltou um suspiro impaciente:
— Ela não tem do que reclamar. A casa é minha. Quem entra ou fica lá, decido eu.
As palavras dele foram frias, cortantes.
Vitória ainda tinha o rosto molhado pelas lágrimas, mas diante da atitude decidida de Gabriel, não insistiu. Fingiu uma última resistência tímida, que ele ignorou por completo, conduzindo-a diretamente ao condomínio.
No elevador, Vitória caminhava atrás dele. Quando chegaram ao andar, ela discretamente passou o dedo pelo pescoço, esfregando com força a base da maquiagem até deixar à mostra, de propósito, a marca de uma chupada.
A porta do apartamento se abriu.
Vitória esperava encontrar Beatriz ali, parada, com aquele olhar frio que tanto a irritava. Mas o ambiente estava vazio, silencioso, quase impessoal.
Ela deu uma olhada rápida pela sala e perguntou em voz baixa, fingindo preocupação:
— A Bia… Já foi dormir? Melhor não fazer barulho.
Gabriel tirou o casaco e disse, seco:
— Ela não tá em casa. Não precisa falar baixo.
— Onde ela foi? — Vitória perguntou, com ar inocente.
— Tá internada. Caiu e machucou o cóccix. — Ele respondeu, sem emoção.
— Em qual hospital? Quando meu tornozelo melhorar, quero ir visitá-la. — Vitória falou, demonstrando uma preocupação falsa, mas bem ensaiada.
Gabriel fechou a cara ao lembrar do que tinha acontecido no hospital:
— Não precisa. Você só vai passar nervoso.
Ele deu uma olhada em volta e completou, com a voz mais baixa, carregada de irritação:
— Ela não estar aqui é até melhor… Ninguém para te olhar torto, ninguém para te machucar de novo.
Enquanto falava, ele caminhou até o quarto de hóspedes. Abriu a porta, mas o cômodo estava lotado de caixas e coisas jogadas pra todo lado. Revirou os olhos, virou-se para ela e disse:
— Hoje você dorme no quarto da Beatriz.
Vitória recuou um passo, encostando-se na parede, fingindo desconforto:
— Eu posso dormir no sofá… Sei que a Bia não gosta que mexam nas coisas dela.
— Não existe isso de convidado dormir no sofá. — Retrucou Gabriel, seco.
Ao ouvir a palavra "convidado", o coração de itória apertou. Seus dedos se entrelaçaram, tensos.
Gabriel, já decidido, completou:
— E é só por uma noite. Ela nem vai ficar sabendo.
Ao ver a foto, seus dedos se fecharam num punho involuntário. O rosto ficou frio, e uma fúria silenciosa tomou conta dela.
“Não podia simplesmente colocá-la no quarto principal? Por que justo no meu quarto? Era realmente necessário?”
Seu dedo parou sobre a tela do celular, quase tocando o botão de chamada para Gabriel.
Três segundos depois, suspirou fundo. A razão venceu o impulso.
“É só um quarto. Que ela durma lá, se quiser. Daqui a pouco mais de duas semanas… Eu vou embora mesmo.”
Beatriz respirou fundo, tentando se convencer.
Começou a repassar mentalmente o que havia dentro do quarto.
O computador mais caro… Rafael já tinha levado.
As outras coisas… Nada de valor.
Estava quase se acalmando quando, de repente, parou.
O coração apertou.
O diário.
Seu diário do tempo do colégio.
Ali estavam todas as suas vergonhas, todos os segredos de uma garota bobamente apaixonada…
Cada linha… Um pedaço da adolescente que, um dia, sonhou em segredo com Gabriel.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
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Eu estou pagando para ler os capítulos e vcs não desbloqueiam para que eu possa ler. O que acontece????...
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Não consigo pagar para desbloquear. Está dando erro!!!!...
Que chato!!! Desbloqueia!!!!...
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