Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 263

O rosto de Gabriel se iluminou na hora. Toda a sombra que havia em sua expressão desapareceu de repente.

Ele até se levantou da cadeira, visivelmente agitado, os olhos cravados na jovem de traje formal à sua frente.

Beatriz manteve o olhar firme, na altura dos olhos, sem encarar diretamente o homem. Seu rosto estava neutro, sem qualquer emoção. Falou com frieza:

— Boa tarde, Sr. Gabriel.

Ao ouvir aquele tratamento frio e distante, uma pontada aguda atravessou o peito de Gabriel.

Instintivamente, deu um passo à frente, como se quisesse se aproximar dela.

Beatriz viu seu movimento e, por reflexo, recuou um passo para trás.

Atrás dela estava a porta. Fácil escapar, se quisesse.

Gabriel notou isso. Seus pés congelaram no lugar. Não se atreveu a avançar.

Ficou ali parado, apenas a observando.

Aquela mulher que ocupava seus pensamentos dia e noite.

Nenhuma repulsa, nenhum sinal de emoção.

A expressão dela era serena como a superfície de um lago. Mas aquilo o sufocava.

Suas mãos se fecharam em punhos. Por dentro, o coração doía.

Beatriz nem o olhava. Nem ódio, nem irritação. Nada.

Era como se ele fosse um completo estranho.

“Isso... Isso dói mais do que se ela tivesse me insultado ou agredido.”

Ao lado, o diretor de negócios e Murilo viram claramente a mudança radical no semblante do Sr. Gabriel.

E, ao mesmo tempo, seus olhos pareciam colados em Beatriz.

— Sr. Gabriel, por favor, sente-se. Podemos começar a discutir o projeto. — Disse Murilo, tentando manter a formalidade.

O diretor de negócios também fez um gesto educado, convidando-o a sentar.

Gabriel olhou para os dois e respondeu, sem tirar os olhos de Beatriz:

— A reunião pode esperar. Preciso conversar com a Beatriz antes.

— Não pode. — Respondeu ela, cortante. — Estamos em horário de expediente. Como funcionária do Grupo Aurora, não tenho tempo a perder com assuntos pessoais. E, além disso, sua atitude beira a má fé e engano. Por favor, vire à esquerda e se retire. Assuntos alheios ao trabalho não são bem-vindos aqui.

Diante da firmeza dela, Gabriel permaneceu parado. O corpo tenso.

Sentia-se travado. Aquela barreira que ela erguia entre os dois parecia intransponível.

Ao lado, o diretor de negócios e Murilo já haviam entendido perfeitamente o real motivo da visita do Sr. Gabriel.

O que eles achavam ser uma porta de entrada para a parceria, na verdade, era uma isca. E uma falsa.

Pura perda de tempo.

Mas, considerando quem era Gabriel, eles não podiam simplesmente dar as costas ou mandá-lo embora.

Beatriz podia enfrentá-lo daquele jeito. Eles não.

— Não estou mentindo sobre a parceria. Eu trouxe os documentos. — Disse Gabriel, indo até a mesa e pegando uma pilha de papéis para mostrar a Beatriz. — Só te peço um pouco de tempo. Depois que eu disser o que tenho a dizer, falamos de trabalho. Não preciso de muito. Vinte minutos.

Beatriz continuou em silêncio. O rosto, inexpressivo.

— Quinze então. — Gabriel cedeu, tentando negociar.