Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 279

Letícia olhou para a mensagem de Beatriz e, de repente, lembrou de algo que a mãe havia comentado dias antes: que pretendia apresentar algumas filhas de amigas para o Eduardo.

Intrigada, pegou o celular de novo e mandou mensagem para o irmão:

[É filha de qual família? A moça do perfume.]

Ela só tinha ficado alguns dias na casa da Beatriz e o irmão já estava indo para encontros? Que velocidade era essa?!

Como irmã, é claro que ela tinha que dar uma olhada antecipada pra ver se a futura cunhada era fácil de lidar, de quebra, ainda podia sondar um pouco sobre o caráter da moça.

Mas... Nenhuma resposta veio.

Eduardo simplesmente ignorou a mensagem.

Do outro lado, Beatriz finalizava o expediente estendido. Antes de sair da empresa, passou na sala do diretor e formalizou seu pedido de folga para a quarta-feira, dia da audiência.

Com Leonardo cuidando da parte jurídica e todas as provas já reunidas, ela não tinha com o que se preocupar. Sua presença bastava.

Na manhã seguinte.

Eduardo chegou à Aurora para assinar o contrato de parceria.

Negócio fechado, ambas as partes apertaram as mãos com cordialidade.

— Agradeço pela confiança, Sr. Eduardo. A Aurora vai corresponder às suas expectativas. O software estará finalizado no prazo acordado. — Disse Daniel, com um sorriso profissional.

Eduardo assentiu com um leve movimento de cabeça.

Como os próximos passos da colaboração não exigiam sua presença direta, delegou o acompanhamento ao time.

Daniel, educado, o acompanhava até a saída. Mas ao chegarem no corredor, Eduardo parou de repente e perguntou:

— A Beatriz está no departamento de design?

Daniel hesitou um segundo antes de responder:

— Sim. Mas, no estágio atual do projeto, o pessoal do design ainda não foi mobilizado. Eles só entram depois com os ajustes visuais e componentes gráficos.

— Não é por trabalho. Quero falar com ela... Pessoalmente. — Explicou Eduardo, direto.

Daniel franziu levemente os lábios.

— Beatriz deve estar ocupada. Se o Sr. Eduardo quiser, posso transmitir a mensagem por ela.

Eduardo olhou para ele por um instante e então seguiu em direção ao setor de design.

Daniel, percebendo a movimentação, o seguiu.

— Sr. Eduardo, talvez não me caiba dizer isso, já que o senhor é nosso parceiro comercial... Mas como dono da Aurora, sinto que preciso proteger minha equipe, especialmente a Beatriz.

Eduardo parou e olhou para trás com leve incredulidade.

— Sr. Daniel, não precisa se comportar como se eu estivesse indo causar confusão. — Fez uma breve pausa antes de continuar. — Na última visita, brinquei um pouco com ela e reconheço que passei dos limites. Só vim entregar um presente como pedido de desculpas.

Diante da explicação, Daniel não disse mais nada.

Se havia qualquer envolvimento emocional entre os dois, então talvez o plano que ele tinha em mente, o de tentar trazer Beatriz para o Grupo Martins, sob sua proteção, já não fizesse sentido.

Mesmo assim, decidiu não perguntar mais.

— Não precisa me acompanhar, Sr. Daniel. Entrego o presente e vou embora. Não precisa se preocupar com formalidades. — Disse Eduardo, ao avistar o letreiro do departamento de design.

— O Sr. Eduardo é muito gentil, mas não tenho nada urgente agora. Posso acompanhá-lo até lá, é uma demonstração de consideração. — Respondeu Daniel, educado.

Eduardo lançou a ele um olhar de soslaio.

Demonstração de consideração? Ou receio de que ele fosse incomodar Beatriz novamente?

Provavelmente... A segunda opção.

Pararam diante da porta do departamento.

Eduardo não entrou. Ficou ali, aguardando.

Daniel pediu que um funcionário fosse chamar Beatriz.

Dois diretores de empresas grandes, parados lado a lado.

Ambos os elegantes, altos, de postura imponente e, convenhamos, incrivelmente bonitos.

Não demorou para que os olhares começassem a se voltar para eles.