Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 36

— Com licença, senhorita... Posso perguntar qual é a sua relação com o Sr. Gabriel? — A recepcionista perguntou em voz baixa.

— Babá dele. — Respondeu Beatriz, com total indiferença.

A recepcionista ficou sem reação.

“Ué... Uma babá tão jovem assim? Se fosse mesmo, por que o Rafael tinha falado daquele jeito?”

Nem teve tempo de perguntar mais nada. O elevador se abriu, e Beatriz subiu direto.

Quando a porta se abriu no último andar, Rafael já estava esperando por ela. Pegou a marmita das mãos dela com cuidado e falou em tom gentil:

— Dona Beatriz, eu estava justamente indo descer... Mas... Olha, se precisar de qualquer coisa, é só chamar, de verdade.

Beatriz sabia que ele era um bom rapaz. Sorriu de leve e respondeu:

— Pode levar isso para ele. Eu já estou indo.

— A senhora não vai entrar? — Rafael perguntou, surpreso.

— Não quero ver aquela cara fechada. — Respondeu Beatriz, fria.

Rafael pensou, “essa descrição foi bem precisa, na verdade.”

Beatriz apertou o botão do elevador, pronta pra ir embora. Mas, antes que as portas se fechassem, uma voz ecoou atrás dela:

— Já que chegou, por que tá parada aí? Vai ficar plantada feito poste?

— Já peguei a comida, Sr. Gabriel. — Respondeu Rafael, tentando aliviar o clima.

— Eu te perguntei alguma coisa? — Gabriel lançou um olhar atravessado pra ele.

Beatriz já estava dentro do elevador e nem se virou. Só queria que aquelas portas fechassem logo.

Mas, no último segundo, elas se abriram de novo. Uma mão forte agarrou seu braço e a puxou de volta com firmeza.

Ela perdeu o equilíbrio, tropeçou e foi direto contra um peito largo e firme. Ao erguer o olhar, deu de cara com aquele rosto, os lábios cerrados, a expressão dura.

— A comida já foi entregue, não foi? Então por que tá me puxando? — Perguntou ela, com a voz gelada, irritada.

Beatriz pensou, sem paciência “E daí? Como se não tivesse marmita extra.”

Respirou fundo duas vezes e decidiu não discutir. Era só esperar um pouco. Não era o fim do mundo.

Rafael seguiu em silêncio atrás dela, sem ousar fazer nenhum barulho. Colocou a marmita na mesa, percebeu a situação e, com habilidade, saiu de fininho, fechando a porta atrás de si.

Gabriel se sentou no sofá, abriu a marmita e viu que havia três pratos diferentes. Levantou os olhos e encarou Beatriz:

— Eu pedi só um prato.

— Se não conseguir comer tudo, joga fora. — Respondeu ela, fria como gelo.

O jeito dela com ele... Era impossível não se irritar. Mas ele respirou fundo, tentando engolir a vontade de explodir.

No fim das contas, ele a fez ficar internada por quase duas semanas. Era normal que ela ainda estivesse com raiva. Mas, mesmo assim, ela cozinhou três pratos para ele?

Boca dura, coração mole. Só podia ser isso.

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