Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 42

Na cozinha, Gabriel improvisava como podia, esquentou um pouco de água e despejou sobre o arroz que ainda restava na panela.

Pra falar a verdade... Até que estava gostoso. Talvez fosse o arroz feito por Beatriz?

Tinha um sabor levemente adocicado, aconchegante. Algo que lembrava cuidado, casa.

Na manhã seguinte, Beatriz acordou cedo, como de costume. Ao abrir a panela, notou que metade do arroz tinha sumido.

Franziu a testa, tentando lembrar...

Será que, ontem à noite, quando jogou fora o resto da janta, acabou descartando parte do arroz também?

Preferiu não pensar demais. De qualquer forma, já não dava para fazer Arroz Biro Biro.

Então preparou ovos com bacon na frigideira.

Gabriel também acordou cedo, e só por causa do cheiro vindo da cozinha.

A mesa estava arrumada como café de hotel: ovos, pães variados, frutas... Ela torceu o nariz.

— Cadê o Arroz Biro Biro?

— O arroz não deu. — Respondeu Beatriz, seca, sem nenhuma emoção no rosto.

Gabriel ficou sem graça. A lembrança da noite anterior voltou com força.

Ele tinha devorado quase tudo... E agora não tinha coragem de admitir.

— Então faz aquele restinho para mim, vai. — Tentou, em um tom quase casual.

Beatriz apenas revirou os olhos, sem dizer nada, e foi até a cozinha. Preparou dois ovos com cebolinha, quase sem óleo e com pouco sal. No fim, alguém acabou comendo tudo, junto com o pão e o bacon que estavam na mesa.

Já na porta de saída, ele parou, virou o rosto e disse:

— No almoço… Queria camarão no alho, costelinha... E uma sopa picante, pode ser?

Ficou alguns segundos em silêncio, como se quisesse dizer mais alguma coisa.

Mas acabou só abrindo a porta e saindo.

Quando a porta se fechou, ele mordeu o lábio, calado.

Aquela palavra “obrigado” ficou presa na garganta.

Beatriz recolhia os pratos da mesa quando, ao levantar os olhos, deu de cara com Vitória.

Ela estava encostada na parede, encarando Beatriz diretamente.

— Não deve ser fácil ser empregadinha, né, Beatriz? — Disse Vitória com um sorriso debochado. — Acorda mais cedo que o galo, dorme mais tarde que cachorro. — Cruzou os braços, se inclinando para frente. — Já que gosta tanto desse papel… Quando eu e o Gabi casarmos, o que acha de eu te contratar oficialmente?

— Você tá viajando. A família Pereira nunca me aceitou. Nunca me deu nada. Nem dinheiro, nem carinho. — Beatriz manteve a expressão neutra.

Claro, os primeiros dez milhões haviam sido parte do acordo para aquele casamento arranjado, então, naturalmente, não entravam na conta.

— Não acredito. — Vitória retrucou, os olhos apertados, desconfiados. — Foi você quem fez jogo sujo para convencer o Sr. Henrique a te casar com o Gabriel, né?

— Acredita no que quiser. — Beatriz deu de ombros. — Já revirou meu quarto inteiro e não achou nada, né? — Pegou os pratos da mesa, voltando à rotina como se nada tivesse acontecido. — E quanto a esse acordo… Se não quiser que ele assine, tudo bem. Mas se eu entregar para ele, vai ser como da outra vez. Ele vai surtar e se recusar a assinar de novo.

Vitória ficou parada, olhando Beatriz desaparecer pela porta da cozinha.

Na memória, a lembrança veio com força. A última vez que Beatriz falou em divórcio… A reação de Gabriel foi explosiva, completamente fora de controle.

Ela apertou o documento entre os dedos. Tremia.

Meio-dia. Prédio do Grupo Pereira.

Gabriel olhava o relógio a cada dez minutos. Estava impaciente.

Esperava Beatriz chegar com o almoço, como sempre.

Mas já passava do meio-dia e ela ainda não tinha aparecido. Inquieto, ele pegou o celular para ligar. Nem chegou a completar a chamada. foi quando a porta do escritório se abriu.

— Beatriz, por que você demorou tan…— Gabriel ergueu os olhos, pronto para reclamar, mas ao ver quem era, parou por um segundo. — Vi? O que você tá fazendo aqui?

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