Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 48

Ao ouvir o comentário de Vitória, o sorriso no rosto de Gabriel foi desaparecendo aos poucos.

Ele apertou os lábios, ficou em silêncio por alguns segundos e, então, franziu a testa:

— Não é para agradar ela. E também... Não tem sentimento nenhum envolvido.

— Mas não foi esse colar que você comprou para ela? — Vitória perguntou entre os dentes, tentando controlar o tom.

Gabriel ficou calado de novo e dessa vez, por ainda mais tempo.

Minutos se passaram antes que ele murmurasse, sem jeito:

— Eu só estou compensando por você. Para de viajar. Essa coisa entre nós é só um casamento de fachada... Imposto pelo meu avô. Eu nunca vou gostar dela de verdade.

Se fosse em outro momento, talvez Vitória acreditasse.

Mas agora? Não mais.

No leilão, Gabriel nem pediu sua opinião. Viu a Coroa de Rosas e, sem hesitar, entrou na disputa como se aquilo fosse vital.

Para ela, ele nunca sequer cogitou comprar nada.

Amar ou não amar... Isso já estava mais do que claro.

Quando chegaram ao prédio, dentro do elevador...

Gabriel segurava a caixinha de veludo. Abriu a tampa, olhou uma última vez para o colar e pensou:

“Isso não é presente nenhum. É só uma compensação pela Vitória. Para Beatriz parar com o drama e deixar ela em paz.”

Ao chegar em casa, abriu a porta com passos largos. Nem se preocupou em esperar Vitória.

Foi direto até o quarto de hóspedes e bateu. Nenhuma resposta.

— Beatriz, você tá acordada? Preciso falar com você. — Chamou, aumentando a força das batidas.

Lá dentro, Beatriz nem queria responder.

Lá no quarto, Beatriz nem queria responder. Afinal, eles já tinham saído para jantar, nem precisaram que ela cozinhasse.

Mas as batidas não paravam. Pelo contrário, ficavam cada vez mais insistentes.

Por fim, irritada, levantou-se e abriu a porta com um puxão seco.

— O que foi?! — Perguntou com um olhar impaciente, claramente aborrecida.

Mas Gabriel parecia estar de bom humor. Nem se incomodou com a recepção.

Tirou a caixinha do bolso e a abriu com certa empolgação, como se estivesse exibindo um troféu.

Beatriz piscou ao ver o colar rosa em formato de rosas. Ficou um instante sem reação, o brilho da peça quase ofuscando seus olhos.

— A Vi perdeu seu colar, né? Então... Estou te dando isso como compensação. — Disse Gabriel. — Não vale tanto assim, mas é melhor do que aquele brinquedinho de plástico que você tinha. Agora guarda isso e para de fazer cara feia todo dia. —Completou, desviando o olhar, o rosto meio sem jeito, e o tom quase... Carinhoso.

Depois de falar, ficou ali parado, esperando uma resposta.

“A Beatriz com certeza vai gostar...

Quem é que resiste a um presente assim?