— Dá esse presente para quem você quiser. Eu não faço a menor questão. — Respondeu Beatriz, fria como gelo.
Gabriel sentia que ia explodir.
Ficou parado, encarando aquela expressão dela, aquele olhar calmo, distante, que ele mais odiava.
Como se ele fosse um completo estranho. Como se não passasse de um nada.
— Se não tem mais nada, pode sair. Eu quero dormir. — Disse ela, apontando para a porta.
— Dormir o quê?! São só dez da noite! — Gabriel gritou, perdendo totalmente o controle. — Eu já comprei aquele colar para você! O que mais você quer?! Fala!
A postura agressiva dele fez Beatriz recuar instintivamente.
Deu um passo para trás, assustada, por um instante, achou mesmo que ele poderia bater nela.
Se ele levantasse a mão agora, aquilo seria apenas violência doméstica...
Mas se fosse outro homem, alguém fora do casamento, já seria tentativa de agressão com pena de prisão de até três anos.
O ar ficou pesado.
Eles se encaravam em silêncio, a tensão enchendo cada centímetro do quarto.
De repente, o celular de Beatriz, em cima da cama, começou a tocar.
Ela correu para pegar, o coração disparado.
Estava pronta para chamar a polícia, se fosse preciso.
Gabriel, atento a cada movimento, notou algo.
Ela ainda usava o mesmo celular antigo, a tela toda trincada. O mesmo aparelho que ele já tinha tentado substituir.
Ela nunca usou o novo que ele deu.
E então, ele viu o nome na tela.
"Veterano?"
Um homem?
Mas que porra é essa?!
Uma raiva insana invadiu Gabriel, queimando por dentro como gasolina pegando fogo.
Num impulso cego, ele avançou e arrancou o celular da mão dela.
Com um movimento brutal, atirou o aparelho no chão.
Beatriz se assustou.
Olhou para o celular, agora em dois pedaços, ainda mais destruído do que antes.
— Você tá maluco, Gabriel?! — Gritou, em fúria.
— Maluca tá você! Quem é esse cara?! Queria atender o telefonema dele, né?! — Berrou ele, tomado por ciúmes e ódio.
A voz dele saiu rouca, quase descontrolada, como se fosse se consumir por dentro.
Beatriz nunca pensou em atender aquela ligação.
Muito menos explicar, naquele momento de surto, quem era o tal "veterano."
Ela se abaixou para pegar o celular, mas antes que tocasse no aparelho, Gabriel o chutou com força pro canto do quarto.
— O celular tá em pedaços! Por que você nunca usou o que eu te dei?! — Ele gritou, fora de si.
Beatriz respirou fundo.
Não fazia ideia do que exatamente havia desencadeado aquele surto doentio.
Mas... Só faltavam três dias.
Três dias e ela poderia ir embora de vez.
— Quem é ele? Qual o nome? Era seu veterano de onde? Ele tá aqui na Cidade A?
— O que isso tem a ver com você?! — Rebateu Beatriz, furiosa.
— Responde, porra! — ele esbravejou, os dentes cerrados, a voz saindo gutural, carregada de raiva.
Beatriz ficou em silêncio.
Ela sabia: se desse o nome... Se dissesse uma palavra sequer...
Gabriel ia atrás do cara. Ia destruir a vida dele. Como um cão sem freio.
— Tá protegendo ele, né? Muito bem. Mas se eu descobrir quem é... — Gabriel apertou ainda mais o braço dela, os olhos pegando fogo. — Ele vai se arrepender de ter nascido.
— Você tá me machucando! — Gritou Beatriz, o rosto distorcido pela dor.
Parecia que o braço ia se partir.
O grito dela finalmente o fez parar.
Gabriel soltou a força e olhou para baixo.
O braço de Beatriz era fino.
Com uma única mão, ele o envolvia completamente.
Agora, havia cinco marcas vermelhas nítidas de dedos, profundas, já começando a inchar.
Ele ficou olhando aquilo, atônito.
Mas as palavras que saíram da boca dele... Foram ainda mais assustadoras:
— Se você sair por essa porta hoje... Juro que quebro suas pernas. E quanto a esse homem... Assim que eu descobrir quem é, vou acabar com a vida dele. Ninguém vai querer nem olhar para cara desse desgraçado nunca mais.
A voz dele era fria. Sombria.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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Eu estou pagando para ler os capítulos e vcs não desbloqueiam para que eu possa ler. O que acontece????...
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