Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 516

— Vô... — A voz de Gabriel soou novamente, fria, sem emoção. — O meu pai, aquele canalha... Ele já te odiou? Você o forçou a se casar com uma mulher que ele não amava. Um casamento de conveniência. Ele preferiu abrir mão do direito de herdeiro, foi trabalhar como gerente numa filialzinha... Tudo isso só pra ficar com a mulher que ele realmente queria. Você acha mesmo que ele nunca te odiou por isso?

— A sua obsessão por controle é demais. Foi demais com ele. E está sendo demais comigo. — Continuou o Gabriel. — Se você não tivesse se metido desde o começo... Eu e Beatriz nunca teríamos cruzado caminhos. Nunca teríamos essa história absurda. Você me acusa, me culpa, mas já se perguntou se não foi você o verdadeiro causador disso tudo?

Cada palavra dita por Gabriel era como uma faca afundando lentamente no peito do velho.

Não havia raiva.

Não havia gritos.

Só uma calma assustadora.

E uma frieza cortante.

Do outro lado da linha, o silêncio caiu como um manto pesado.

Demorou alguns segundos...

E então, uma voz aflita surgiu:

— Sr. Henrique! Sr. Henrique!

Era o mordomo.

Gritava desesperado.

O velho patriarca havia desmaiado, tomado pela raiva e pelo choque.

A equipe médica particular foi acionada às pressas e o levou para o hospital da família.

Na cela da delegacia, Gabriel abaixou o telefone devagar e o colocou no gancho.

Seu rosto estava completamente inexpressivo.

Virou-se de costas, encarando o nada, os olhos desfocados, como se nem soubesse onde estava.

Ninguém saberia dizer quanto tempo se passou.

Mas então, ele pegou o celular.

Digitou uma mensagem para Rafael:

[Passe aqui à noite. Preciso sair.]

Na verdade, Gabriel já sabia do resultado do julgamento antes mesmo que Rafael dissesse qualquer coisa.

O advogado já tinha contado.

Aquele que arruinou tudo... Foi novamente seu avô.

A audiência estava empatada, a decisão pendia a seu favor, mas...

Então, como um raio, o velho interveio e destruiu tudo.

O advogado dissera claramente:

“Mesmo que você ganhasse hoje, dentro de um ano, no máximo, o divórcio sairia de qualquer forma.”

Mas ele não se importava com um ano.

Um ano era tempo suficiente pra tentar.

Pra reconquistar.

Pra mostrar arrependimento.

Pra fazer Beatriz perdoá-lo.

Mas agora...

O avô nem sequer lhe dera um ano.

Nem um mísero ano para tentar reconquistar Beatriz.

Ele havia cortado o último laço entre os dois.

— Quem quiser, que fique com essa porcaria... Eu não ligo mais.

Sentado sozinho à beira da cama, o sol lá fora brilhava forte, mas dentro do quarto...

Era como se um buraco negro tivesse se formado.

A dor, o sufoco, a angústia, o peso no peito...

Todos esses sentimentos se entrelaçavam como uma rede invisível e imensa, o cobrindo por completo, afundando-o num abismo sem fim.

Ele ainda respirava... Mas já não vivia.

Era uma carcaça vazia.

Sem ânimo.

Sem vontade.

Sem saída.

Naquele mesmo instante, em um restaurante sofisticado da cidade...

Renato estava com sua irmã, saboreando um almoço tranquilo.

A manhã tinha sido uma maratona de compras, roupas, acessórios, cosméticos, de tudo um pouco.

O secretário pessoal de Renato já havia mandado todas as sacolas direto para o hotel.

Mais cedo, eles também haviam feito uma chamada de vídeo com os pais.

Renato apresentou Vitória a eles oficialmente.

Os três, pai, mãe e filha reencontrada, choraram como crianças.

— Papai disse que, assim que resolver os assuntos lá fora, vem com a mamãe pra te ver. — Comentou Renato, sorrindo enquanto mexia no copo d’água.

Do outro lado da mesa, Vitória apertou os dedos com leveza, olhos marejados, mas sorriso doce...

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