Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 545

Finalmente, quando Murilo já estava suando em bicas, seu reforço chegou.

Gerentes e diretores de diversos departamentos apareceram um após o outro, tentando apartar a briga e acalmar os ânimos. Todos tinham ouvido o Sr. Gabriel xingar o próprio chefe deles, mas preferiram fingir que não escutaram.

Afinal, ninguém queria se indispor com o Sr. Gabriel, e o rosto do Sr. Daniel também precisava ser preservado.

Com muita diplomacia e algumas barrigas salientes, os homens de meia-idade se desdobravam em palavras, quase rasgando a língua de tanto falar, até que conseguiram, com dificuldade, encobrir os gritos de Gabriel.

Foi nesse momento que Rafael, aproveitando a brecha, discretamente mandou uma mensagem ao mordomo, pedindo ajuda.

[Gabriel está fora de controle. Precisamos de reforços, urgente.]

Ao ler, o mordomo apenas soltou um suspiro fundo. No entanto, nada podia fazer nem o Sr. Henrique estava mais se dando ao trabalho de conter o Sr. Gabriel.

Mas, como o Sr. Henrique ainda tinha certo apreço pela Srta. Beatriz, o mordomo resolveu agir: entrou em contato com os seguranças e mandou que partissem imediatamente, sem esperar até a tarde.

Depois de dar todas as instruções, soltou um longo suspiro e só então voltou para o quarto do hospital.

Henrique, que viu que ele havia saído para atender a ligação, entendeu na hora que era algo relacionado a Gabriel. Sem tirar os olhos do jornal, perguntou com a expressão fechada:

— O desgraçado aprontou o quê dessa vez? Brigou com o Sérgio? Ou foi parar de novo na delegacia?

O mordomo ainda nem tinha respondido, quando Henrique parou de folhear o jornal, ergueu os olhos e disse, com o semblante tenso:

— Não me diga que ele foi atrás da Beatriz?

O mordomo ficou em silêncio por um segundo, e então assentiu com a cabeça.

Na mesma hora, Henrique ficou tão furioso que começou a respirar com dificuldade. O mordomo correu para colocar a máscara de oxigênio nele e, enquanto o ajudava a respirar melhor, tentava acalmá-lo:

— Não se preocupe, Sr. Henrique, a situação já está sob controle. Já mandei os seguranças saírem agora mesmo para proteger a Srta. Beatriz.

Aos poucos, a respiração de Henrique foi voltando ao normal com o auxílio do oxigênio. Mas assim que conseguiu, arrancou a máscara com raiva, jogou o jornal no chão e rosnou:

— Aquele bastardo! Nem deu tempo de bater o ponto da tarde... Sabia que eu ia mandar alguém impedir, então foi logo correndo agora!

Ele conhecia melhor do que ninguém o que se passava na cabeça de Gabriel. Ontem mesmo jurara que não moveria mais um dedo por aquele desgraçado que, mesmo se ele morresse, não mexeria um músculo. Mas hoje, ali estava ele, furioso de novo.

— Entre em contato com a Beatriz. Veja se ela está bem.

Sentada à mesa, Beatriz encarava a tela preta do computador, o olhar perdido.

Mesmo que hoje ela não denunciasse, mesmo que não cortasse completamente os laços... Será que Gabriel a deixaria em paz?

Ela sabia que não.

Enquanto ela estivesse na Aurora, Gabriel não pararia. Ele continuaria tentando destruir a empresa, tentando absorvê-la de qualquer jeito.

Enquanto vagava nesses pensamentos por alguns segundos, Beatriz já havia tomado uma decisão silenciosa em seu coração...

Ela não podia mais continuar na Aurora.

Sua saída era a única solução possível.

— Beatriz? Beatriz?

Ao lado, uma colega a chamava. Como Beatriz parecia não ouvir, repetiu mais uma vez, com um tom curioso.

Beatriz saiu do transe e virou o rosto para ela. A colega tinha um brilho fofoqueiro nos olhos e uma expressão de quem estava tentando se segurar, mas não resistiu e perguntou baixinho...