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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 546

— Então... É verdade que você se divorciou do Sr. Gabriel?

— Ah! Não me leve a mal, tá? Se não quiser falar, tudo bem... — Acrescentou a colega, apressada, visivelmente sem jeito.

Beatriz assentiu com um leve movimento de cabeça. Sua voz saiu calma, sem emoção:

— Sim. Ontem de manhã pedi folga, lembra? Foi para comparecer à audiência de segunda instância.

A colega arregalou os olhos, surpresa.

Claro... Casamento de gente rica. Até o divórcio precisa de segunda instância. Que confusão.

— Mas olha... Às vezes, divorciar é o melhor caminho. Vida de esposa de milionário não é fácil. Agora você pega a parte que te cabe, vira uma mulher independente, cheia da grana, e arruma uns modelos bonitões só pra diversão... Quantos quiser! — Disse, tentando animá-la.

Beatriz sorriu de canto, sem responder.

Ela nunca se importou com o dinheiro de Gabriel. Nem queria, nem ia querer.

E sobre bancar modelo... Melhor nem pensar nisso. O que mais sentia era cansaço, um cansaço que vinha da alma.

Ontem à noite, quando tudo terminou, ela sentiu um breve alívio. Daniel e Letícia ainda organizaram uma pequena comemoração, e por alguns instantes, Beatriz conseguiu sorrir de verdade.

Mas foi só isso: instantes.

Com a manhã, veio a realidade. E junto dela, a sombra de sempre.

O divórcio estava assinado. Mas sua vida estava longe de encontrar paz.

Gabriel era como um lobo à espreita. Escuro, silencioso, faminto. Estava sempre por perto, seguindo seus passos. A qualquer momento, poderia atacar novamente.

O olhar de Beatriz estava vazio. Havia tristeza, exaustão, e um sentimento profundo de desesperança.

O celular seguia quebrado. Ainda não comprara outro. Mas estava preocupada com Daniel e queria saber se tudo estava bem no andar de baixo.

Pediu a uma colega que consultasse os outros funcionários que haviam almoçado no refeitório.

— Já saíram. O Sr. Gabriel também. — Respondeu a colega, após checar as mensagens. — Disseram que chegaram uns homens e o levaram.

Beatriz ouviu em silêncio, imaginando que os tais homens deviam ter sido enviados por Sr. Henrique.

Mas outras colegas, mais bem informadas, logo retrucaram:

— Mas o Sr. Gabriel disse que foi o Sr. Daniel quem entregou a Beatriz de bandeja, só pra conseguir abrir a empresa. Acusou ele de ter lucrado vendendo mulher!

— No fim das contas, o Sr. Daniel também não parece ser essa perfeição toda...

— Talvez o melhor fosse o Sr. Eduardo. Ele parecia gostar da Beatriz, né?

— Mas ouvi dizer que o Sr. Eduardo só se aproximou pra se vingar do Sr. Gabriel. Não era amor de verdade...

A empresa, que antes era tranquila e sem grandes fofocas, transformou-se num redemoinho de especulações desde que Beatriz chegou.

Na hora do almoço, bastava se reunir para comer e o assunto surgia: os escândalos, os segredos, os conflitos, os bastidores empresariais.

E, no fim das contas, todas chegaram à mesma conclusão:

Homem bom... Não existe.

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