Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 563

— Sr. Renato! Por favor, tenha piedade! O Sr. Gabriel não sabia que vocês eram parentes de sangue! — Gritou Rafael, correndo para intervir.

Renato enfim soltou o colarinho de Gabriel e se levantou, com um olhar gélido, vazio de qualquer emoção.

Gabriel foi ajudado por Rafael a se sentar. Sentia o rosto latejando de dor, o maxilar rígido, mas não pôde negar que... Sim, ele também tinha passado dos limites. Ainda mais depois da revelação.

— Me desculpe. Eu retiro o que disse antes. — Murmurou Gabriel, entre os dentes, com dificuldade.

Se levantou com esforço, ainda zonzo. A verdade sobre Renato ser irmão biológico de Vitória martelava em sua cabeça.

Foi um choque. Um golpe sem aviso.

Nunca teria imaginado algo assim.

Renato não respondeu, mas também não levantou a mão novamente.

Rafael dispensou os seguranças e, mais uma vez, tentou apaziguar:

— Foi tudo um grande mal-entendido, Sr. Renato. Por favor, vamos subir. Podemos conversar com calma.

Renato aceitou. Afinal... Ele precisava ver as imagens da câmera.

Sim, estava feliz por ter reencontrado sua irmã, mas...

Havia algo nela que o deixava com um sentimento estranho, dividido. Um desconforto que ele ainda não sabia explicar.

O elevador subiu em silêncio absoluto, o clima pesado. Chegaram ao escritório executivo.

No sofá da ampla sala, Renato se sentou. Rafael serviu café e trouxe o notebook em mãos.

— Aqui estão as provas que o Sr. Gabriel reuniu para o processo judicial. O senhor pode analisar primeiro. — Disse Rafael, virando a tela na direção de Renato.

Ele não se sentia à vontade para falar mal da Vitória na frente do irmão dela. Era melhor deixar que os fatos falassem por si.

— Provas... De um processo de divórcio? — Perguntou Renato, com a voz fria, os olhos fixos na tela.

— Sim, senhor. — Confirmou Rafael, baixando o tom.

— E pelo que ouvi, você está colocando a culpa pelo fim do seu casamento na minha irmã? — O olhar de Renato se voltou para Gabriel, cortante, carregado de cobrança.

Gabriel, que aplicava gelo no rosto, parou o movimento na hora.

Em qualquer outra situação, ele teria respondido sem hesitar, até com arrogância.

Mas agora...

Estava diante do irmão biológico de Vitória.

E esse irmão... Não era alguém com quem se quisesse comprar briga.

Renato, que já havia voltado a se sentar, respondeu com frieza:

— Porque ela foi sequestrada aos quatro anos, durante um passeio em família no outono. Levou quase a vida inteira pra encontrá-la novamente.

Rafael assentiu devagar.

“Ah... Então era isso.”

Agora tudo fazia sentido. E também explicava por que alguém como o Sr. Renato, sempre tão racional, perderia a cabeça dessa forma.

No sofá ao lado, Gabriel escutava com as sobrancelhas franzidas.

Ele sabia que Vitória tinha crescido em orfanato... Mas jamais imaginou que ela fosse, na verdade, a herdeira desaparecida da família Cardoso.

— Então foi por isso que você voltou ao país? Porque a encontrou? — Perguntou ele, a voz baixa, ainda processando a surpresa.

Renato não respondeu. Ainda estava engasgado com tudo o que Gabriel havia feito contra sua irmã.

Tinha prometido a si mesmo que só falaria com ele depois de ver os vídeos. Aí sim, acertariam as contas.

Mas Gabriel, impaciente com o silêncio, voltou a insistir, irritado:

— Já disse que tudo o que Vitória falou é mentira! Aquela mulher vive num mundo de fantasias! E você...