Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 599

Se antes o fato de Beatriz ter cozinhado para Eduardo, ou dele ter exibido de propósito os botões de punho que ela lhe dera, ainda podia ser explicado de alguma forma… Agora, depois de ter visto com os próprios olhos o rubor no rosto de Beatriz, junto daquela expressão tímida e atrapalhada de uma jovem apaixonada…

“Será que… Beatriz se apaixonou por Eduardo sozinha?”

A conclusão surgiu de repente na mente de Gabriel, fazendo seu corpo inteiro ficar rígido.

O impacto não era menor do que se tivesse descoberto que os dois estavam namorando. Ele fixou o olhar no perfil do homem que estava parado junto à janela.

Altura, porte físico, aparência, família, competência pessoal…

Gabriel, com os dentes cerrados, teve de admitir: Eduardo era um concorrente fortíssimo, em nada inferior a ele.

Se fosse contra Daniel, ainda acreditava ter uma boa chance. Mas contra Eduardo…

Nesse instante, Gabriel sentiu de fato um perigo real, a não ser que Eduardo jamais viesse a amar Beatriz.

Porém, ao relembrar as vezes em que os dois haviam se encontrado e interagido…

Beatriz, com aquela beleza pura e delicada, a figura pequena e frágil que despertava o instinto de proteção em qualquer homem… Era difícil imaginar alguém que não gostasse dela.

Além disso, Eduardo e Beatriz trocavam mensagens com frequência. Quando ela se acidentara, ele se mostrara especialmente preocupado, perguntando sobre seu estado, ajudando a procurar o antídoto e até viera ao hospital no mesmo dia.

Somando tudo isso, Gabriel já estava convencido:

Eduardo definitivamente sentia algo por Beatriz. Mesmo que não fossem amantes, eram mais do que simples amigos.

Naquele momento, junto à janela.

A UTI não permitia visitas, então Eduardo só podia observar do lado de fora.

Na cama, a jovem frágil jazia sozinha, com uma máscara de oxigênio, parecendo à beira da morte, respirando com extrema dificuldade.

De perfil, ele podia ver a palidez da pele dela e até as veias azuladas no pescoço.

“Frágil… Como uma boneca de porcelana quebrada.”

Eduardo permaneceu ali, olhando fixamente, o rosto inexpressivo, como se estivesse em transe, sem que ninguém soubesse no que realmente pensava.