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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 605

A ligação havia sido gravada automaticamente e, mais tarde, seria enviada ao mordomo. Renato queria ver o que o avô diria de bom sobre ele depois de ouvir aquilo.

Enquanto isso, Gabriel continuava conversando com seu contato no exterior. Cento e cinquenta milhões... Se eles tinham coragem de pedir, ele tinha coragem de pagar.

Mas se Beatriz não acordasse, não importava a distância, ele iria caçá-los até o fim do mundo.

Quando o representante estava prestes a retomar as negociações, o outro lado recebeu mais uma ligação.

Irritado e ainda com a raiva da discussão com Renato, Gabriel explodiu:

— Porra! Esses caras não têm noção nenhuma de como negociar? Vão fechar o negócio ou não? Se não quiserem, eu compro de outra pessoa!

— Sr. Gabriel, por favor, acalme-se... Vamos esperar só mais um pouco. — Tentou apaziguar o interlocutor. — O antídoto para o Pó do Êxtase não é vendido fora da hierarquia da organização. Quem for pego vendendo é executado na hora. Esse tal de David é o chefe máximo, por isso cobra tão caro. Se quisermos procurar outro, só em outra organização. Mas eu continuo de olho por aqui.

Gabriel fechou o punho, os músculos do braço saltando sob a pele. Forçava-se a manter o controle.

Lançou um olhar para o final do corredor, onde ficava o quarto de Beatriz. Ela ainda estava lá dentro, esperando que ele a salvasse. Por isso, tinha de engolir o orgulho. Quem mandava ele estar nas mãos deles?

Mesmo assim, aquela negociação o deixava louco. Não bastava ficarem aumentando o preço a cada minuto, ainda faltava o mínimo de respeito, toda hora interrompendo para atender telefonemas. Será que não sabiam o que era resolver logo de uma vez?

Do outro lado do oceano, em uma mansão particular, o representante de Gabriel estava sentado no sofá.

Frente a frente com ele, um homem de meia-idade, barba cerrada, chamado David, atendia o celular e, de vez em quando, lançava-lhe olhares. No telefone, repetia em inglês frases como:

— Sim, exatamente.

— Cardoso... Você o conhece? — Perguntou David, com surpresa, olhando mais uma vez para o visitante.

— Certo, entendi. Então vocês são próximos. — Disse, contrariado, o tom carregado de frustração.

E como não ficar frustrado? Seu lucro astronômico acabara de voar pela janela.

Aquele comprador rico e ingênuo, disposto a pagar qualquer valor... E, no fim, era conhecido de Cardoso.

— Diga a ele que acabou pra ele. — Ordenou Gabriel, a voz baixa e ameaçadora.

Ninguém jamais ousara tratá-lo como um palhaço desse jeito.

O representante, percebendo a fúria de Gabriel, tentou não perder o foco no mais importante: salvar a vida. Voltou-se para o homem à sua frente e falou com sinceridade:

— Sr. David, nós realmente queremos muito comprar. Por favor, nos dê uma oportunidade de colaborar.

— Não é que eu não queira colaborar. Mas o Cardoso não está com vocês? Ele já levou o antídoto. Pra que você vai gastar mais dinheiro? — Respondeu o barbudo, confuso.

Existem tolos que se oferecem para entregar dinheiro assim?

Claro que ele adoraria, mas desta vez não podia arriscar. Não queria pôr em risco toda a sua organização.

O representante ficou atônito, sem entender nada do que David acabara de dizer.

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