Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 629

— Eu sei que a Vitória é muito importante para você. Afinal, é a irmã que esteve desaparecida por vinte anos. — Continuou Eduardo. — Mas, se você ainda fosse o mesmo Rex de antes, frio e implacável, manteria a razão e teria seu próprio discernimento. Talvez não acredite em nada do que estou dizendo agora, mas vou requisitar as imagens das câmeras da delegacia daquela noite. Quando assistir, vai entender.

— Já li os depoimentos. — Retrucou Renato.

Eduardo ergueu as sobrancelhas, a expressão clara como quem dizia: “E mesmo assim você acredita no que a Vitória contou?”.

Renato permaneceu inabalável:

— Repito o que já disse. Primeiro: minha irmã confirmou que foi apenas uma intimidação, e a acusação de sequestro foi uma deturpação. Segundo: ela não causou ferimentos graves nem à sua irmã nem à outra envolvida. Não houve dolo em machucá-las.

Eduardo soltou uma risada curta, carregada de sarcasmo.

— Nenhum ferimento? Só porque elas conseguiram pedir ajuda a tempo. Se tivessem levado a Beatriz, quem garante o que poderia ter acontecido? — Retrucou com desdém.

Inclinou-se levemente para a frente, a voz firme:

— Eu não acredito em uma palavra do que você diz. Assim como você não acredita em mim. Então, sejamos francos: nenhum de nós vai convencer o outro. Mas uma coisa é certa: eu não vou pedir desculpas. — Seus olhos se estreitaram, o tom mais gélido. — Vitória foi a primeira a orquestrar um sequestro contra a Beatriz. E não foi a primeira vez que a feriu. Você sabe que a sua boa irmãzinha já provocou queimaduras horríveis nos pés dela? Bolhas do tamanho de um punho. Sabe que abriu o gás de propósito, tentando envenenar a Beatriz, e depois mandou alguém apagar as imagens das câmeras?

Fez uma pausa, a voz cada vez mais cortante:

— Ah, e não esqueçamos: quando a Beatriz ainda nem tinha se divorciado, a sua Vitória já se envolvia com o Gabriel, criando escândalos e rumores que acabaram forçando a separação.

Ele escolhera as palavras com certa contenção, evitando o termo direto “amante”.

— Todas essas atitudes dela... Se você prefere fingir que não sabe, paciência. Mas eu, como irmão da melhor amiga da Beatriz, não podia simplesmente cruzar os braços. Foi por isso que a defendi. E não me arrependo.

Eduardo terminou de falar e se levantou, já sem vontade de continuar discutindo com Renato.

— Pedido de desculpas é impossível. Minha irmã também não vai se desculpar. Se você quiser algum outro tipo de compensação, depois eu faço um cheque. Mas esse cheque será apenas em consideração à amizade antiga entre nossas famílias. Não pense que é por medo ou submissão. Qualquer outra pessoa, eu não daria nem isso. — Disse ele, com frieza.

Renato o fitava, os punhos cerrados com força.

Eduardo já se virava para sair quando parou de repente, voltou o rosto e acrescentou: