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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 636

Priscila ficou sem palavras.

— À tarde eu vou visitar a minha amiga que foi vítima, aquela que só ontem saiu do estado de risco e que ainda não recobrou a consciência. — Prosseguiu Letícia, enfatizando certas palavras e lançando um olhar direto para Vitória. — O Sr. Renato está tanto tempo fora do país... Seria melhor que fosse meu irmão a acompanhá-lo para conhecer a cidade. Imagino que entre homens vocês terão muito mais assunto.

Renato a observou sem demonstrar reação. Respondeu simplesmente, com voz neutra:

— Tanto faz. Se a Srta. Letícia tem compromissos, cuide deles primeiro.

Letícia devolveu outro sorriso falso, depois abaixou os olhos e voltou a comer em silêncio.

A tentativa de Priscila de aproximá-los caíra por terra. A filha não fez a menor questão de colaborar, e o sorriso que ela manteve no rosto não disfarçava o constrangimento. Então tratou de mudar o rumo da conversa:

— Que o Edu te leve, então. Assim você conhece melhor a cidade. O fim de semana é perfeito para isso.

Renato inclinou a cabeça em concordância, e Eduardo também respondeu com um “claro”. O assunto encerrou-se ali.

Do outro lado da mesa, Vitória fitava Priscila, refletindo sobre aquelas palavras.

Mandar a Letícia levar o Renato para conhecer a cidade, e ainda ficar se gabando de que a filha tem educação fina, com piano, pintura e tudo o mais? É de dar nos nervos.

Como mulher, Vitória captou imediatamente a intenção.

Priscila queria aproximar o genro em potencial da filha, deixar que se conhecessem melhor, talvez até namorassem e, quem sabe, se casassem.

Ao perceber isso, Vitória soltou um riso gelado por dentro.

“Letícia, sonhando em se casar com alguém da família Cardoso?

Nem pensar.”

Ela jamais permitiria que aquela mulher se tornasse sua cunhada.

Naquele momento, Letícia só queria que o jantar terminasse logo.

Temia que a mãe soltasse mais alguma daquelas pérolas constrangedoras que a faziam querer sumir da face da terra.

— Não é nada disso... — Tentou explicar Priscila. — É que quando aparece um bom partido, você podia, pelo menos, tentar conhecer. Eu não interfiro na sua liberdade de escolha. Mas até hoje você também não demonstrou interesse em ninguém...

Letícia respirou fundo, tentando conter a raiva para não brigar de vez:

— Mãe, você sabe muito bem quem é a Vitória. Quer me ver casada numa família onde vou ser humilhada por ela o resto da vida?

— Mas a Vitória também vai se casar um dia. Você e o Renato poderiam ter a vida de vocês... — Insistiu Priscila.

— Casar-se um dia? — Interrompeu Letícia, impaciente. — Ela vai ser sempre a joia da família Cardoso. A filha única que eles perderam por vinte anos! Você não tem ideia do peso disso? Hoje mesmo, lá na porta do salão, você não viu como o Renato a protegeu? Se no futuro eu e ela discutirmos, mesmo que seja ela me acusando injustamente, o primeiro a me apontar o dedo vai ser ele!

Letícia balançou a cabeça e concluiu, ríspida:

— Então, por favor, não insista mais. Se eu soubesse que a Vitória estaria lá hoje, ainda que você tivesse cancelado o meu cartão, eu não teria vindo.

Lançando essas últimas palavras, levantou-se de repente, saiu furiosa e pegou o carro, dirigindo direto para o hospital.

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