Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 66

E se Beatriz tivesse atendido a ligação do Rafael... Mas bloqueado só a ele?

Rafael lançou mais um olhar furtivo para o Sr. Gabriel. Uma nuvem negra parecia pairar sobre ele, densa e sufocante. Rafael sentiu como se sua vida estivesse por um fio.

— Desculpe, o número que você ligou está temporariamente indisponível. Por favor, tente novamente mais tarde.

A voz mecânica ecoou de novo, fazendo Gabriel congelar por um instante.

Rafael suspirou por dentro.

“Ainda bem... Escapei dessa.”

— Tenta mais algumas vezes. — Ordenou Gabriel, com o cenho franzido.

Rafael obedeceu e ligou outras vezes, mas todas resultaram na mesma mensagem.

Gabriel soltou uma risada seca.

“Ah... Pelo visto, ela trata todo mundo igual.”

A raiva que vinha fermentando dentro dele se dissolveu de repente, dando lugar a uma calma estranha, sem motivo aparente.

— Tá bom, pode ir. Ela te bloqueou também. — Disse Gabriel, fazendo um gesto com a mão.

Rafael ficou paralisado por um segundo. Olhou para o celular, processando o que aquilo significava.

“Então o Sr. Gabriel tá bravo porque... Foi bloqueado pela Beatriz?”

— Sr. Gabriel, pode não ser bloqueio, viu? Às vezes é só o celular desligado. — Tentou argumentar Rafael, com cautela.

Gabriel franziu a testa, duvidando.

— Como assim ela tá no hospital e não usa o celular? Eu liguei várias vezes de manhã, todas deram a mesma mensagem.

Rafael engoliu seco.

Antes que ele conseguisse pensar numa nova desculpa, ouviu o Sr. Gabriel murmurar para si mesmo:

— Celular... É mesmo, fui eu que quebrei o dela no meio, quatro dias atrás.

“A briga foi nesse nível?” pensou Rafael, assustado.

— Então por que você não me contou isso no mesmo dia? — Gabriel questionou, o tom endurecido.

— Porque a Sra. Beatriz me pediu para não contar. Disse que, mesmo se eu falasse, o senhor não acreditaria. Que só acredita no que quer acreditar. — Respondeu Rafael.

Gabriel ficou sem palavras. Aquilo... Soava exatamente como algo que Beatriz diria.

Mas se ela tivesse explicado... Como ele poderia simplesmente não ouvir nada?

Mesmo que dissesse que não foi de propósito, ele não teria ficado tão furioso assim.

— E quanto a eu não ter contado por conta própria... — Continuou Rafael. — É porque vi que o senhor estava tomado pela raiva. Tive medo de jogar ainda mais lenha na fogueira. Pensei que talvez, com o tempo, o senhor escutasse melhor.

Gabriel apertou os lábios, se levantou sem dizer mais nada. Quando Rafael viu que ele estava indo embora, perguntou:

— Vai ao hospital ver a Sra. Beatriz?

Gabriel virou o rosto com a expressão fechada.

— Tenho almoço marcado com a Vi.