Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 665

Daniel hesitou diante das palavras dela. Beatriz estava pálida e frágil, e isso o fazia querer ficar mais um pouco. Não precisava nem conversar, bastava sentar-se ali, observá-la em silêncio, só para lhe fazer companhia.

— Descanse. Eu fico só um instante, depois vou embora. Prometo que não vou atrapalhar. — Disse, insistente.

Beatriz se calou, sem saber como recusar pela segunda vez. Felizmente, Letícia tomou a dianteira: avançou, segurou o braço dele e começou a puxá-lo para fora.

— Vamos, Daniel. Do jeito que você fica aqui parado, a Beatriz não consegue descansar. Ficar sentado na beira da cama, encarando... Não acha meio estranho?

— Não é de madrugada para parecer estranho assim... — Tentou se justificar, contrariado em ter de sair.

Letícia ergueu os olhos para ele, quase deixando claro: “Beatriz não quer ficar sozinha com você.”

— O paciente precisa de silêncio total. Com você aqui, o ambiente já muda. — Acrescentou Eduardo.

Em seguida, deu dois passos firmes, agarrou o homem que a irmã não conseguia tirar do lugar e o conduziu para fora com uma facilidade irritante.

Mesmo sendo arrastado, Daniel ainda se virou e chamou:

— Beatriz, descanse bem! Amanhã eu volto para te ver!

Ela apenas sorriu e acenou com a cabeça.

Quando Eduardo fechou a porta atrás de si, Letícia se despediu:

— Tchau, Bia. Dorme tranquila. Qualquer coisa, me manda mensagem, tá? Ah, e não se preocupe com o Gabriel. O Sr. Henrique já mandou levarem ele embora naquela hora.

— Está bem. — Respondeu Beatriz com um sorriso leve.

Letícia acenou antes de sair. Já no corredor, ainda fez questão de abordar o mordomo da família Pereira:

— O Gabriel ainda está neste hospital?

— O Sr. Gabriel já foi levado para casa pelos seguranças. — Respondeu ele.

Letícia assentiu, satisfeita e reforçou:

— O Sr. Henrique prometeu que não deixaria Gabriel se aproximar da Beatriz. Espero que cumpram isso direitinho. Afinal... Ele é capaz de aparecer em qualquer lugar.

No fundo, Letícia quis dizer que Gabriel era cara de pau, capaz de qualquer coisa. Mas, diante da própria família, preferiu moderar as palavras.

— Ei, mano, você acha que esse movimento do Renato significa que ele vai desistir da briga? No fim das contas, a Beatriz é inocente. Só que eu tinha medo de que a família Cardoso fosse do tipo que não distingue o certo do errado, que age sem escrúpulos... Afinal, eles vivem de um negócio perigoso...

Eduardo franziu o cenho:

— Que negócio perigoso?

— Ué, tipo máfia mesmo, coisa de criminoso, fora da lei, sem limites. — Arriscou Letícia.

A imagem de Renato, com aquele semblante sombrio e ameaçador, só reforçava sua suspeita.

Eduardo ficou em silêncio por alguns segundos antes de retrucar:

— Você está viajando. Lá fora, o comércio de armas é legalizado. Se o Renato lidasse com atividades ilícitas, acha que teria coragem de aparecer em público? Teria sido eliminado na primeira aparição.

Letícia piscou, surpresa:

— É... Pensando bem, até faz sentido...

“Ainda assim, não podia ser totalmente culpada por imaginar o pior. Afinal, quem mexe com esse tipo de negócio, inevitavelmente, acaba associado àquelas organizações.”