Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 699

Atrás do corredor.

Ao ouvirem aquele tom manhoso e meloso, Júlia e as demais quase vomitaram.

Ainda assim, avançaram até a esquina para espiar. Queriam ver que tipo de “irmão” Vitória tinha, na cabeça delas, só podia ser algum velho decadente.

Na escada.

Renato ergueu o rosto ao ouvir o chamado da irmã. Um leve sorriso surgiu em seus lábios.

Vitória desceu apressada os degraus, e ele logo a advertiu com carinho:

— Devagar, cuidado para não cair.

— Não tem perigo~ — Respondeu ela, rindo, enquanto se enlaçava naturalmente no braço dele.

Atrás deles.

O gerente Enzo assistia à cena. O suor que já o encharcava deu lugar a um tremor ainda pior, parecia que a qualquer instante suas pernas cederiam.

Aquele era o Sr. Renato... Alto, imponente, com uma beleza quase intimidadora e uma presença esmagadora.

E, de fato, era irmão de Vitória.

Quando o grupo subiu até o segundo andar, Júlia e suas companheiras espiaram de novo.

Mesmo avistando apenas o perfil dele, não havia como negar: a altura beirava um metro e noventa, roupas impecáveis, postura elegante e um relógio de grife reluzindo no pulso.

Nada de velho acabado.

Era um verdadeiro príncipe moderno: rico, poderoso e absurdamente atraente.

As unhas delas se cravaram na parede de raiva. Os dentes rangeram até quase se partirem.

Por que diabos a vida tinha que sorrir tanto para Vitória?

Na sala de reuniões.

Renato sentou-se à cabeceira da mesa, com Vitória ao seu lado. Logo depois, alinharam-se os advogados, um a um.

— Sr. Renato... Fui cego, não reconheci o gigante que estava diante de mim. Imploro que considere que fui coagido... Poupe a minha vida. — Suplicou Enzo, engolindo em seco, a voz trêmula.

Renato então virou a cabeça levemente para a irmã:

— Vi, quando você trabalhava nesta empresa... Sofreu algum tipo de abuso?

Ao ouvir aquilo, o coração de Enzo parou. Sentiu que sua vida estava agora inteiramente nas mãos dela.

Ele buscava na memória, desesperado: teria feito algo de grave contra Vitória? Não lembrava. Desde o começo sabia que ela era protegida do Sr. Gabriel, e por isso nunca ousara tocá-la.

Mas... E se ela inventasse algo agora, apenas para destruí-lo?

Enquanto ele se corroía de medo, Vitória começou a enumerar: falou da forma humilhante como fora tratada quando a obrigaram a pedir demissão, falou da chantagem milionária de dez milhões, contou ainda como, há pouco, no térreo, ele continuara exigindo dinheiro dela.

— Eu... Eu fui obrigado... — Enzo murmurou, cuspindo as palavras por entre os dentes, lançando-lhe um olhar suplicante.

Mas Vitória não parou:

— E mais. Quando saí da detenção, minhas ex-colegas me ridicularizaram. Vieram zombar de mim. A própria empresa jogou fora as minhas coisas.