Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 722

Renato disse aquelas palavras sem demonstrar emoção no rosto. No fim, não conseguiu deixar escapar uma repreensão ainda mais dura.

Ao se virar para sair, acrescentou pela última vez:

— A Letícia só foi contra você porque antes você mexeu com a amiga dela. Se algum dia ela te atacar sem motivo, eu mesmo vou cobrar até o fim. Mas depois de hoje, a rixa entre vocês duas está encerrada. E não ouse mais se meter com a ex-mulher do Gabriel. Vou estar de olho em você o tempo todo.

Dito isso, seguiu direto para a suíte ao lado.

Vitória permaneceu parada, fechando os punhos com tanta força que as unhas quase rasgavam a pele. Os dentes mordiam os lábios até quase fazê-los sangrar.

Renato havia investigado fundo demais, vasculhado por todos os lados... E se descobrisse sua verdadeira identidade?

“Não, impossível. No orfanato já estava tudo arrumado há muito tempo. Os arquivos haviam sido adulterados, não havia brechas. Mas... o registro de entrada da Beatriz ainda estava lá. Eu tenho que mandar o diretor queimar aquele documento de uma vez por todas.”

O medo lhe corroía. Se algum dia Renato desconfiasse dela e resolvesse consultar os arquivos das outras crianças, bastaria uma descoberta mínima para destruir tudo.

“Não, eu preciso eliminar qualquer risco.”

Com esse pensamento, os olhos de Vitória se estreitaram, faiscando ódio e crueldade.

"Beatriz era realmente difícil de matar. Maldita fosse! Se não fosse a proteção de Gabriel, há muito tempo já teria sido eliminada."

Que raiva... O homem e a família, Vitória já havia tentado tomar para si, mas no fim não conseguia vencer.

“Não, pensando bem, a família ainda representa uma grande esperança. Desde que Vinícius, aquele idiota, não arranje alguém ainda mais estúpido que ele...”

De volta ao quarto, Vitória quase pegou o telefone para fazer uma ligação, mas pensou melhor e desistiu.

Renato tinha sido claro: mandaria vigiá-la de perto. Isso só confirmava que toda a cautela até agora tinha sido correta. Justamente naquele momento crítico, não podia se arriscar a deixar escapar nenhuma pista.

“Droga! O tornozelo torcido foi culpa dela mesma, e agora já não está perfeitamente bem? Bastava umas centenas de reais para remédio e estava resolvido.”

— Sr. Renato. — Disse Letícia, sorrindo para ele com malícia. — Aquilo que o senhor falou diretamente com meu irmão não vai deixar de valer comigo, não é?

— Não. — Respondeu Renato, firme. — Se a senhorita Letícia quiser algo, é só pedir.

Letícia apoiou o queixo na mão, fazendo pose de quem pensava.

— O que eu quero depende do que eu gostar quando vir... Então, vamos fazer assim: neste sábado, Sr. Renato, separe um tempo para me acompanhar num passeio de compras. Aí eu decido na hora, combinado?

Renato a ouviu e assentiu.

Meio dia livre e algum dinheiro eram um preço pequeno a pagar, desde que Letícia não fosse se queixar aos próprios pais nem deixar o assunto chegar aos ouvidos dos pais de Renato.