Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 723

Ao lado, Vitória, ao ouvir aquela exigência absurda, quase não conseguiu se segurar para não xingar Letícia de descarada.

“Ver o que gosta e comprar? E se ela resolver gostar de uma vitrine inteira de bolsas? Vai querer que o Renato compre todas?”

E ainda tinha o atrevimento de pedir que Renato a acompanhasse pessoalmente. Era óbvio que era de propósito, afinal, a mãe dela já vinha insinuando uma aproximação entre os dois.

Então era isso... Letícia estava de olho em Renato e queria fisgá-lo!

A raiva corroía Vitória, que rangia os dentes e cravava o olhar na mulher à sua frente como se pudesse perfurá-la.

De jeito nenhum deixaria Letícia entrar naquela casa. Jamais seria nora da família Cardoso!

Naquele instante, Letícia segurava um copo de suco. Deu dois goles leves e, ao notar o olhar enraivecido de Vitória, sentiu-se ainda mais satisfeita.

“Bem-feito, sua víbora. Não consigo me vingar de você, então vai ser o seu irmão quem vai pagar a conta. Vou arrancar até a última gota dele: quero que ele me carregue as sacolas, passe o cartão e sirva de empregado de luxo por um dia inteiro.”

Com esse pensamento, Letícia já visualizava as lojas que queria visitar e os itens que iria escolher. Só precisava esperar o sábado chegar.

Depois do almoço, Eduardo levou Letícia de volta para a empresa.

No banco de trás do carro, ele a olhou de lado e perguntou:

— Como é que você resolveu pedir para o Renato te acompanhar? Não está deixando que o ódio pela irmã dele se estenda a ele também? Ou será que foi aquele momento de “herói salvando a donzela” de ontem à noite que mudou sua opinião sobre ele?

Ao ouvir aquilo, Letícia logo se apressou em se explicar:

— Ah, nem pensar. Se não fosse a Vitória aprontando, eu nunca teria caído daquele jeito e passado tanta vergonha! Ser insultada sem motivo por um bando de malucas? O Renato só me ajudou a levantar e me tirar dali, mas isso aconteceu porque a irmã dele me atacou primeiro. Se eu fosse dessas que se apaixonam fácil, já teria dado a volta no mundo com ex-namorado atrás de ex-namorado. Não sou assim. Não me comovo tão fácil, não.

Eduardo arqueou uma sobrancelha e comentou:

— Então, no fundo, o que você quer é...?

Eduardo não pôde deixar de concordar: conhecendo a mãe deles, era exatamente o tipo de coisa que ela faria.

— Além disso, meu tornozelo não está tão mal assim. Se eu não forçar muito, dá para aguentar. E a Bia sempre prepara a janta pensando na minha recuperação. Ela até me deixou escolher os pratos.

Enquanto falava, Letícia tirou o celular e mostrou para o irmão as mensagens que Beatriz lhe enviara na hora do almoço.

Sopa de feijão com carne, ensopado de peixe, omelete de queijo e tomate, mingau de aveia com castanhas, tigela de iogurte com frutas e granola...

Eduardo leu a longa lista, que ia de carnes a frutas, com até bebidas incluídas, e não pôde deixar de se impressionar com a variedade da culinária de Beatriz.

De fato, as duas eram mesmo como irmãs de sangue. Não era de se admirar que Letícia se preocupasse tanto com ela, Beatriz realmente a tratava com muito carinho.

Depois de refletir sobre essa amizade, Eduardo voltou a olhar para a lista de pratos. Cada item parecia... Delicioso.

Uma pena que Beatriz só cozinhava à noite. Se fosse no almoço, quem sabe ele até conseguia aproveitar para se servir também.