Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 748

Beatriz realmente tinha uma sorte rara.

Órfã de nascença, mas sempre ligada, de alguma forma, ao destino das grandes famílias.

Primeiro se casou com Gabriel, e agora tinha dois homens de posição igualmente alta disputando sua atenção.

Antes, Priscila ainda achava que podia esperar mais um pouco, ver se Beatriz cogitava entrar no Grupo Martins para, então, pensar melhor no assunto.

Mas agora percebia que não podia se dar a esse luxo.

Eduardo, que nunca saía do trabalho antes da hora, tinha feito questão de largar mais cedo só para buscá-la.

Além disso, comprara ingredientes e até jantara na casa dela.

Para qualquer pessoa, poderia parecer banal.

Mas, como mãe, Priscila sabia que aquilo não era detalhe.

Para quem Eduardo já abrira exceção antes?

Para quem mostrara tamanho interesse?

O simples fato de Beatriz ter se tornado a exceção já era prova de que havia algo muito fora do comum.

Naquele momento, passos soaram do lado de fora.

Eduardo estava de volta.

Priscila o observou e, com um sorriso suave, perguntou:

— Chegou cedo hoje. Já jantou? Se não, peço para a Ingrid preparar algo.

— Já comi, não precisa. — Respondeu Eduardo.

— Foi com algum cliente? — Ela indagou.

— Não. — Ele disse, pausou meio segundo e completou:

— Fui jantar na casa de uma amiga.

Priscila não comentou mais nada.

Continuava sorrindo, mas o coração latejava com inquietação.

“Amiga?

Era amiga da Letícia. Em que momento, então, ele passara a chamar Beatriz de amiga também?”

— O que foi? Eu também me surpreendi quando seu irmão conseguiu convencê-la. Não esperava que você fosse. — Disse Priscila, tranquila. — Mas, enfim, agora que já se encontraram, pronto: cumpriu-se a formalidade, e a mãe dele não vai insistir mais.

— Espera aí, mãe. Preciso te perguntar uma coisa. — Disse ela, respirando fundo.

Priscila aguardou.

Letícia pensava em como formular uma pergunta que revelasse mais, que deixasse claro o propósito do irmão.

— Quando você falou com ele, foi por ligação ou mensagem? Quero saber exatamente o que disse, palavra por palavra. — Indagou Letícia.

— Por mensagem. — Respondeu Priscila.

“Sabia! Se fosse alguém importante, a mãe teria ligado, mas, como não era nada demais, só mandou mensagem.”

— Então quero ver o que você escreveu pra ele. — Disse Letícia.

— E pra quê isso? — Estranhou Priscila.

Letícia manteve o tom calmo, disfarçando, como se não houvesse nada demais:

— Só quero confirmar se meu irmão me enganou. Ele disse que você considerava esse encontro muito importante e que eu tinha a obrigação de comparecer.