Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 758

Ao ouvir a resposta da jovem, Priscila pareceu aliviada:

— Também não é preciso exagerar a ponto de cortar tudo. Caso contrário, o Eduardo pode desconfiar. Quero apenas que haja equilíbrio. Situações como jantares, por exemplo, convém evitar.

Beatriz assentiu. Nesse momento, o garçom trouxe os pratos, interrompendo a conversa.

A atmosfera entre as duas permaneceu silenciosa. Beatriz sentia um tipo de pressão invisível vindo daquela mulher à sua frente.

Ainda assim, ela não tinha nada a esconder: tudo o que dissera até ali era a mais pura verdade.

De fato, nunca nutrira qualquer sentimento desse tipo por Eduardo. Ao contrário, ele a provocava e a tratava mal. Mas, inexplicavelmente, todos ao redor insistiam em interpretar errado.

E agora, até a mãe dele a procurava pessoalmente. Isso fez Beatriz começar a se questionar.

Talvez fosse mesmo melhor reduzir o contato ao mínimo.

— Tenho certa curiosidade… Como foi que o Sr. Henrique a escolheu para se casar com Gabriel? — Perguntou Priscila de repente, interrompendo seus pensamentos.

— Foi por acaso. — Respondeu Beatriz. — Alguém do meu nível social jamais teria contato com o Gabriel. Mas, naquela época, o Sr. Henrique queria separá-lo da namorada. E eu, justamente então, buscava investimento junto ao Grupo Pereira. Vários times de startups participaram de uma competição simulada. Por sorte, fui escolhida pelo Sr. Henrique. Além disso, quando estava na faculdade, o Grupo Pereira patrocinava muitos projetos na Universidade A, então já havíamos nos cruzado algumas vezes. No momento da decisão final sobre o investimento, ele me perguntou se eu aceitaria me casar com Gabriel.

Priscila ouviu com atenção. Tudo parecia encaixar naturalmente.

— Então, se você tivesse recusado, ele não financiaria seu time? — Perguntou de forma certeira.

Beatriz apertou levemente os lábios antes de responder:

— Financiar, sim. Até porque, pelos resultados gerais da competição, minha equipe estava muito à frente das demais.

“Ou seja, foi uma situação em que todos saíram ganhando, sem que houvesse coerção.” pensou Priscila.

Era fácil de dispensar: dois anos e pronto, sem complicações.

Já um casamento arranjado entre famílias poderosas tornava o divórcio uma crise de proporções enormes.

Portanto, o casamento de Beatriz e Gabriel fora, sim, uma coincidência conveniente. Ainda assim, revelava sua própria capacidade: se não tivesse talento, Henrique jamais teria reparado nela.

Terminada a refeição, Beatriz acompanhou Priscila até o carro.

Quando esta parecia prestes a dizer algo, Beatriz se adiantou, demonstrando sensibilidade:

— Fique tranquila. Nada do que falamos hoje será mencionado a terceiros. Não contarei ao Sr. Eduardo, e aos poucos vou manter distância dele, de maneira que não perceba nada estranho.

Priscila ouviu e sorriu, então disse...